Amsterdam Sauer leva à Daslu a joia mais importante do acervo histórico brasileiro que é avaliada em 1,5 milhões de reais
A Coroa Imperial de D. Pedro II, foi elaborada em 1841 por Carlos Marin, ourives estabelecido à Rua do Ouvidor, 139, no Rio de Janeiro, para a coroação do jovem imperador, então com 15 anos de idade. Alguns elementos preciosos da coroa foram heranças de família - os diamantes vieram da peça antes utilizada por D. Pedro I e as pérolas foram também herança paterna.
Depois de proclamada a República, a Coroa Imperial foi guardada no Tesouro Nacional onde permaneceu até 1943, quando foi transferida ao recém-criado Museu Imperial. De lá, nunca tornou a sair por motivos de segurança.
Para divulgar a peça além das fronteiras do Museu, levando um pouco da história e cultura do Brasil imperial para todo o país e também ao exterior, o Ministério da Cultura - através do Museu Imperial de Petrópolis encomendaram uma réplica à Amsterdam Sauer, que confeccionou com o mesmo valor artístico e fidelidade à original, porém com custo inferior, possibilitando sua mobilidade em segurança.
A réplica da Coroa Imperial de D. Pedro II foi criada por mestres joalheiros extremamente qualificados da Amsterdam Sauer, durante 18 meses de trabalho, envolvendo o levantamento das características artesanais da original, pesquisa das técnicas utilizadas à época de sua confecção e o levantamento minucioso dos materiais que dão forma à peça.
Na produção da réplica, foram utilizadas diversas técnicas, com grande predominância do artesanato (mantendo o padrão do processo original) e a micro-fundição com o auxílio de programas computadorizados de modelagem. No processo artesanal, algumas ferramentas precisaram ser adaptadas, a fim de reproduzir o aspecto e o acabamento obtidos na época.
A Coroa original é de ouro amarelo com diamantes e pérolas. A réplica foi confeccionada em prata e folheada em ouro 18 quilates, com peso total de 2,77Kg, sendo 596 pedras, totalizando 911,84 quilates, e 80 pérolas de 8mm. Como substituto dos diamantes, foi utilizada a zircônia cúbica, que reproduz fielmente a cor e o brilho dos diamantes originais. Foram lapidadas 596 pedras no estilo “Brasil”. Tal lapidação, encontrada nas pedras da Coroa Imperial, era muito utilizada no século XIX, mas caiu em desuso com o tempo. Essa lapidação cria a impressão, olhando de cima, de que há um furo na parte inferior das pedras, devido ao corte reto utilizado na parte inferior. Nas lapidações mais utilizadas atualmente, o diamante ganha mais facetas, mais brilho e o seu fundo é cônico, formando um bico no fundo da pedra. Foi um desafio lapidar as pedras dando a elas menos brilho do que as hoje utilizadas.
Outro grande desafio dos ourives foi a reprodução das hastes da Coroa, cujos detalhes foram cinzelados por artesãos da época. Para reproduzir a técnica milenar de cinzelamento, que hoje também não existe mais, foram utilizados processos de computação, micro-fundição e o trabalho artesanal - todas as partes que simulam o cinzelado foram retocadas manualmente com uma ferramenta denominada o buril.
Todos os componentes da réplica – hastes, florões, cruz, conjunto de globo e base – foram reproduzidos separadamente e depois montados por conjuntos de delicadas porcas e parafusos em seu interior. Assim como a original, a réplica pode ser totalmente desmontada.
A reprodução, que encantou até a Diretoria e as equipes técnicas do Museu Imperial, estará em exposição no evento Villa Daslu Edição de Joias, de 04 a 07 de novembro, no espaço dedicado a Mariana Gataz, autora do livro Joalheria Brasileira.
Dia: 04 de novembro a 07 de novembro
Local: Terraço Daslu – Av. Chedid Jafet, 131 – Vila Olímpia – São Paulo/SP
Site: www.villadaslujoias.com.br
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