Exposição do centenário de nascimento do artista
O Centro de Cultura Raul de Leoni fará uma exposição em homenagem ao centenário de nascimento do argentino naturalizado brasileiro, Héctor Júlio Páride Bernabó, mais conhecido como Carybé. A abertura está prevista para o dia 13 de maio às 19h30 e ficará em cartaz até o final do mês na sala Van Dijk. O acervo, que pertence à Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis, foi doado pelo Banco do Brasil. A mostra individual, em memória, apresenta 30 gravuras assinadas e numeradas pelo autor em 1997, mesmo ano em que veio a falecer na Bahia. As serigrafias expostas fazem parte das ilustrações do álbum de arte, “O compadre de Ogum”, capítulo do romance “Os pastores da noite” de Jorge Amado. O artista, que completaria cem anos este ano, era pintor, ceramista, escultor, ilustrador, entalhador e muralista. As telas de “100 Carybé, com Carybé” evidenciam o sincretismo e a influência africana herdada pelo Brasil, tudo isso carregado de muita cor e movimento.
Dentre as outras obras espalhadas pelo mundo, destaque para os belos painéis instalados no aeroporto de Miami e para a primorosa série de desenhos feitos a partir de um ensaio de dança que assistiu no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (“As musas de Apolo”, de Stravinsky), cujo interprete era Nureyev – (...) repetia trechos, discutia com o maestro, corrigia ritmos e trechos, recomeçava tudo até que música e movimento coincidiam com precisão matemática, numa coordenação tão perfeita que não se percebia se tal nota gerava um movimento ou se era o corpo de Nureyev que reinventava a música. (Carybé, 1971).
O estilo variado da arte de Carybé se identificou com o Brasil. Seu traço passou a refletir as múltiplas etnias do país que o acolheu. O “tropicalismo” é evidenciado pelo movimento das figuras e pela vibração das cores quentes utilizadas em suas telas. As tradições místicas baianas, a força dos orixás, os cenários de Umbanda e Candomblé fazem do artista argentino um dos mais genuínos amantes da cultura brasileira.
“100 Carybé, com Carybé” apresenta um pouco da arte viva desse grande artista que mobilizou seu estilo linear e imaginativo para dar a máxima expressividade às crenças e práticas das religiões populares, o que por si só confere um valor estético e espiritual inestimável às peças que compõem esta mostra.

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