SESI comemora centenário de Nelson Rodrigues com espetáculo
As comemorações pelo centenário do dramaturgo Nelson Rodrigues se multiplicam por todo o país. E Petrópolis não poderia ficar de fora. A celebração, promovida pelo Sistema FIRJAN, por meio do SESI Cultural, nesta sexta-feira, dia 17 de agosto, será em grande estilo: a cidade está no circuito das apresentações do festival de teatro “A Gosto de Nelson”, que compõe o projeto “Nelson Brasil Rodrigues – 100 anos do anjo pornográfico”. Idealizado por Nelson Rodrigues Filho e Crica Rodrigues, o festival trará à cidade a peça “O Beijo do Asfalto”, um dos maiores clássicos do dramaturgo. E o melhor: a apresentação, que começa às 20h no Theatro Dom Pedro, em Petrópolis, tem preço popular. A entrada custa apenas R$ 5. 
Jornalista desde os treze anos, Nelson Rodrigues teve vida foi voltada para a Cultura de um modo geral. Em sua primeira reportagem, sobre um crime passional, dava os passos iniciais para seu teatro, folhetins, romances e as infinitas crônicas de costumes e sobre o futebol, tão visceral para a alma do brasileiro. Uma mente fertilíssima que desnudava, com seus personagens, o âmago dos indivíduos, homens e mulheres, que povoaram o chamado Universo Rodrigueano provocando, não raro, os sentimentos mais controversos nas plateias, sempre ávidas de suas verdades.
Escrita em 1960, a pedido da atriz Fernanda Montenegro, a peça “O Beijo do Asfalto” é um clássico do dramaturgo e discute questões fundamentais à condição humana, como o alerta contra a falsidade, o juízo baseado na aparência e as convicções erradas de parte da sociedade. Ela foi inspirada na história de um repórter que morreu atropelado por um ônibus. No chão, percebendo que não iria sobreviver, o jornalista pede um beijo a uma jovem que estava o socorrendo.

Na peça, o atropelado da Praça da Bandeira pede um beijo a Arandir, jovem generoso, que não recusa a última vontade de um moribundo. Amado Ribeiro, repórter do jornal Última Hora, presencia o beijo na boca entre os dois homens e, junto com o delegado Cunha, transforma a história em manchete sensacionalista. O espetáculo foi encenado pela primeira vez em 1961, no Rio de Janeiro.

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