Com curadoria de Vanda Klabin, mostra reúne 20 obras, sendo oito pinturas inéditas


Guaches, aquarelas, bicos de pena e acrílicos sobre tela, produzidos em diferentes momentos da vida de Luiz Aquila, estarão expostos a partir do dia 2 de março no Sesc Quitandinha, em Petrópolis, com abertura ao público de 3 de março  a 21 de abril. Batizada de “Luiz Aquila, suas cores, seus planos, suas retas e curvas”, a mostra com curadoria de Vanda Klabin será em clima de festa, já que no dia 27 de fevereiro o artista comemora 70 anos de vida.


A exposição reunirá 20 obras, entre elas oito inéditas, que serão agrupadas por afinidade de linguagem. Serão apresentadas telas de grandes e médias dimensões, além de uma série sobre papel, disposta em ordem cronológica. O trabalho mais antigo, Guache Carnavalesco, é de 1979. “Corresponde justamente ao meu retorno definitivo ao Rio e a Petrópolis, depois de quase 18 anos morando em cidades como Lisboa, Paris e Brasília”, relembra o artista.


Dois vídeos serão exibidos durante a mostra. Um deles, produzido por João Emanuel Carneiro há 20 anos, faz um passeio pelo cotidiano do artista e conta com depoimentos de Beatriz Milhazes, Daniel Senise e Aluisio Carvão. Há uma cena imperdível: uma guerra de sopa de beterraba protagonizada pela família de Aquila.  “A ideia era fazer uma analogia entre a cor da sopa e a minha pintura. Foi uma farra, pois as crianças começaram a bater nos pratos e o barulho virou parte da trilha”, lembra Aquila.


As comemorações pelos 70 anos do artista começaram no fim de 2012, com a retrospectiva “A never ending tour”, no Paço Imperial, e se estenderão ao longo do ano, com palestras e a publicação de um livro reunindo toda a sua trajetória.


“A pintura de Luiz Aquila ocupa, na história de nossa arte brasileira, uma posição singular, tanto pelo requinte cromático quanto pela extrema complexidade formal. A sua produção sistemática, com o passar dos anos, foi configurando um campo pictórico autônomo, marcado pelo espírito de pesquisa permanente, que demanda de todos nós uma postura mais atenta e reflexiva se quisermos acompanhar as suas evoluções surpreendentes”, observa Vanda Klabin, no texto de apresentação “A pintura e o jogo da pintura”.


Sobre a curadoria, Aquila conta que, desde que voltou ao Rio em 1979 (para uma individual na Galeria Paulo Klabin), teve muita vontade de convidar Vanda para colaborar em uma de suas mostras. “Admiro a maneira como ela reflete e escreve sobre pintura. Estou muito feliz com esta nossa dupla”, comemora.




SOBRE LUIZ AQUILA
Nos anos 60, Luiz Aquila iniciou os estudos de pintura, xilogravura, gravura e litografia, passando por cursos de artes plásticas no Rio de Janeiro, Paris, Portugal e Londres. Ao longo da carreira, participou de mais de 200 exposições (individuais e coletivas) no Brasil e no mundo, sendo chamado pelo crítico Frederico Morais de “herói de sua própria pintura”. Lecionou em Portugal, Peru, Brasília e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, onde também foi diretor. Com mais de cinco décadas dedicadas às artes, Aquila é um dos criadores e influência marcante na “Nova Pintura Brasileira” dos anos 80, movimento carioca de revalorização que congregou nomes como Beatriz Milhazes, Adriana Varejão e Daniel Senise.


SERVIÇO
Luiz Aquila, suas cores, seus planos, suas retas e curvas
Exposição individual de Luiz Aquila
Curadoria: Vanda Klabin
Sesc Quitandinha: Av. Joaquim Rolla, 2, Petrópolis. Tel.: (24) 2245-2020
Abertura para convidados no dia 2 de março.
Período da mostra: 3 de março a 21 de abril
Horário de visitação: de terça-feira a sábado, das 10h às 17h; dom. e feriados, das 10h às 16h.
Grátis.
Classificação livre.


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