Em bate-papo na Nobel, Andréa Pachá conversa com os leitores sobre as histórias marcantes de sua experiência como juíza
Noite de autógrafos e bate-papo: 02 /03 (sábado), às 18h, na Nobel-Itaipava
(Estr. União e Indústria, 10.395 – loja 2 / Shopping Tarrafas)

Em mais de 15 anos como magistrada, à frente de varas de família, a juíza Andréa Pachá testemunhou casos de amor, ódio, términos e recomeços. Algumas dessas histórias, com finais felizes ou não, estão reunidas em A vida não é justa − Amores e outros conflitos reais segundo uma juíza, lançamento da Agir. Dividido em quatro partes (“Amores líquidos”, “Pais e filhos”, “Realidade ampliada” e “Recomeço”), o livro foge da ótica do “juridiquês” sem deixar de lado as impressões de Andréa sobre as atuais mudanças em nossa sociedade e, consequentemente, na justiça brasileira. Casos de guarda compartilhada em novas famílias, aborto e até mesmo divórcios por conta de traições virtuais − impensáveis há alguns anos − são retratados pela autora.
Uma dessas narrativas apresenta o personagem Édipo, de 21 anos, que, diferente de seu homônimo da tragédia grega, não se envolve com a própria mãe, mas com Andressa, uma jovem de apenas 15 anos. Do relacionamento surge uma gravidez que, já em estado avançado, termina em um aborto espontâneo – com o corpo do bebê abandonado no hospital. Um mês mais tarde, para determinar a liberação do enterro, a juíza conhece os protagonistas dessa pequena trama cotidiana.
Menos dramático, porém bem atual, o conto “Molhadinha 25” traz a história de um marido traído virtualmente pela esposa após um casamento de 42 anos. Como Andréa relata, sempre de maneira delicada, o passar do tempo acabou por afastá-los e trouxe à mulher a necessidade de vivenciar fantasias eróticas nunca realizadas em casa − mesmo que pela internet, fazendo com que ela enxergasse a infidelidade com distanciamento. Traição online é traição?
A ideia pelo livro surgiu no Facebook, onde Andrea começou a compartilhar suas histórias com amigos, mas rapidamente chamou a atenção de amigos de amigos e colegas de profissão, formando uma verdadeira rede de leitores. Agora, em A vida não é justa, com seu texto leve e dinâmico, Andréa segue destrinchando os relacionamentos de forma humana e literária, abrindo ao público suas impressões, como juíza e como cidadã, sobre os casos e os caminhos que a conduziram às sentenças − promovendo uma oportunidade para o leitor descobrir o que se passa na cabeça de um juiz no dia a dia de seu trabalho.
Para Zuenir Ventura, que assina o texto de orelha, “com o material recolhido, Andréa poderia ter escrito um tratado de Direito, um manual de Psicologia ou um guia de autoajuda comportamental. Ainda bem que preferiu escrever um livro de crônicas. Sabia-se pelo currículo e a opinião de seus pares que Andréa era uma atuante magistrada. O que nem todos sabiam, e vocês vão comprovar lendo A vida não é justa, é que Andréa é também uma sensível cronista, capaz de descrever o que se passa dentro dos personagens, mais do que em volta, e em cujos textos a realidade é tratada como se fosse ficção, misturando riso e pranto, desalento, esperança e um discreto humor.”
Escrito por uma especialista em relações familiares, com experiência também na criação de roteiros e produção teatral, o livro foi pensado para atingir a todos: profissionais da área de direito, mas também de psicologia, educação e, claro, o público em geral, para quem A vida não é justa será, ao mesmo tempo, uma obra emocionante, divertida e reveladora. Como Alcione Araújo escreve na apresentação, Andréa Pachá “não oculta dúvidas, discordâncias e inseguranças, sem, contudo, perder a lucidez ou se afastar dos deveres e limites da sua função. Mas o peso da toga não pode dobrar a sensibilidade da pessoa”.

SOBRE A AUTORA
Andréa Maciel Pachá é juíza de Família do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Foi Conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), responsável pela criação do Cadastro Nacional de Adoção, pela Comissão de Conciliação e Acesso à Justiça e pela implantação das Varas de Violência contra a mulher em todo o país. Presidiu em 2008 e 2009 duas jornadas sobre a Lei Maria da Penha, com objetivo de discutir aspectos doutrinários e traçar políticas para especialização das Varas. Foi vice-presidente de Comunicação da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e integrou a equipe que produziu a Cartilha sobre as novas regras para a adoção. Coordenou a campanha pela Simplificação da Linguagem Jurídica, publicando uma cartilha para entender o juridiquês. Andréa também é convidada para dar palestras sobre casos de violência doméstica e tráfico de mulheres. Foi produtora de teatro e trabalhou com Amir Haddad, Aderbal-Freire Filho, Luis Arthur Nunes e Rubens Correa.

Fonte: Assessoria

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