por Anna Paula Di
Cicco
Dramaturgo,
diretor, ator, roteirista... São tantas funções que podemos resumir Paulo
Marcos de Carvalho como um artista completo. Destes que encenam, escrevem,
administram e ainda acham um tempinho para contribuir com a sociedade através
de trabalhos de inclusão.
“Ele
é desses!” – diriam os íntimos, acostumados com a garra que o ator tem para
levar Petrópolis aos olhos de todo o Brasil. Em seus 39 anos de carreira, Paulo
lembra de seu início no teatro “meio por acaso”, como ele mesmo descreve.
“Com
meu pai ator, eu fiz teatro desde criança e frequentava a coxia, o ambiente dos
atores. Fazia aulas, mas até então sem pretensão. Até que um dia o ator
escalado – era uma peça infantil – começou a faltar aos ensaios e eu, que já
conhecia o texto acabei substituindo ele”, conta apontando que o fato aconteceu
aos seus 14 anos.
E
a estreia despretensiosa nos palcos vem colhendo bons frutos. A primeira peça
dirigida por Paulo, em 1997, é exemplo disso. “O Mar de Mayã” recebeu todos os
prêmios possíveis no Festival de Lages (SC): melhor espetáculo, melhor direção,
melhor ator, melhor texto e melhor cenário. Desde então, suas peças vem
ganhando sempre visibilidade percorrendo diversos estados.
Hoje,
aos 53 anos, o ator que por um tempo buscou estabilidade na área de
administração, para dar mais segurança à família, afirma que é possível sim
ganhar a vida na arte. “Muitas pessoas reclamam de falta de incentivo, mas a
verdade é que temos que nos mexer, correr atrás. Eu vivo disso e não posso
reclamar de falta de trabalho. Estou sempre em atividade, desde que comecei”,
ressalta Paulo, que tem cerca de 30 peças escritas, sendo 10 delas inéditas.
Fundador
da Cia. Língua de Trapo, junto com sua esposa Iara Rocha e o amigo Roberto de
Carvalho, Paulo ainda arranja tempo para se engajar em serviços de inclusão
social. A Companhia existe há oito anos e se torna referência da arte
petropolitana através de seus inúmeros projetos. Em 2012 recebeu título de
utilidade pública municipal e tem feito jus à nomenclatura, beneficiando mais
de 100 jovens, em sua maioria estudantes da rede pública.
Com
o intuito de tornar a companhia em um Centro de Cultura e um local de formação
artística, Paulo cita as principais atividades já em exercício como: aulas de
teatro, música, inclusão digital (voltada para técnicas de gravação em estúdio),
oficina de bonecas (bonecaria de trapo), linguagem corporal teatral, confecção
de máscaras, cenários e figurinos, entre outras.
Sua
última peça, “Petrópolis, uma Cidade Imperial”, emocionou moradores e turistas
durante os dez dias de Bauernfest. O roteiro repleto de peculiaridades que
relatam a história do município, desde o império até os dias de hoje, recebeu
aplausos da plateia que deixou o Teatro Dom Pedro com lotação máxima em suas 15
apresentações.
E
mais coisa vem por aí. Segundo Paulo, o espetáculo “Encantarias”, encenado por
alunos da rede municipal de ensino, deve estrear em breve. Além disso, ele
revela que está escrevendo um livro infantil que será ilustrado com desenhos e
gravuras feitos pelos próprios alunos da Companhia que participam de uma
espécie de ‘usina de criação’. Outros projetos podem ser conferidos diretamente
na companhia e nas redes sociais.
Serviço
Cia. Língua de Trapo
Rua 7 de Abril, 374 (coincidentemente, antiga Rua dos Artistas)
companhiateatrallinguadetrapo.blogspot.com.br
Cia. Língua de Trapo
Rua 7 de Abril, 374 (coincidentemente, antiga Rua dos Artistas)
companhiateatrallinguadetrapo.blogspot.com.br
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