Na estrada há quase quinze anos, o grupo de choro Taruíra agora em julho lança sua discografia na rede, disponível em plataformas como Spotify, Deezer, Google Play e outras. Para dar a partida, os fãs do grupo terão acesso ao primeiro CD, homônimo, de 2007, e ao EP com o áudio do DVD “Taruíra nas Nuvens”, gravado em 2011.

Desde seu início, em 2002, o Taruíra escolheu a internet como plataforma para divulgar seu trabalho, sempre ligado à democratização da música instrumental. O primeiro álbum, esgotado na tiragem física, encontrou nova vida online junto de singles que o grupo vem lançando periodicamente em seu perfil do Soundcloud. Agora, é hora de ampliar ainda mais o acesso e disponibilizar o trabalho também nos serviços de música digital.

No Estado do Rio - diferente do Espírito Santo, onde “taruíra” nada mais é que uma lagartixa de parede – a palavra já remete a música boa, que mistura tradição e modernidade, trabalhando com linguagens múltiplas e permitindo uma viagem não só pelo Brasil, mas por toda a América Latina. Hoje, o Taruíra é um dos mais conceituados expoentes do chorinho contemporâneo. O grupo começou como um trio e passou por inúmeras formações ao longo do tempo, inclusive agregando novos membros e instrumentos, e em uma constante construção de sua identidade sonora. Hoje tem Breno Morais no sax soprano e na flauta, Carlos Watkins no sax tenor, José Roberto Leão no violão de sete cordas, Maurício Verde no cavaquinho e Yuri Garrido na bateria.

Entre os trabalhos disponíveis na internet a partir do dia 11, o primeiro CD traz 14 canções consagradas, como “Bolero”, “No balanço do Jequibau” e “Pato Preto”, de compositores como Pixinguinha, Tom Jobim, Hermeto Pascoal, Guerra Peixe, Maurice Ravel, Garoto, entre outros. Produzido de forma independente, o disco tem arranjos do bandolinista Paulo Sá. Alguns nomes de destaque da música instrumental participaram deste álbum de estreia, como Jorginho do Pandeiro (Época de Ouro), Celsinho Silva (Nó em Pingo D’Água), Andréa Ernest Dias (Orquestra Ouro Negro, Pife Muderno e Quinteto Pixinguinha) e Durval Pereira (Pife Muderno).

Já o DVD “Taruíra nas Nuvens”, que teve o comando da produtora mineira ParaRaio Filmes, traz quatro faixas gravadas ao vivo, entre elas as autorais “A Pasta de Carlinhos” e “Um cabrito no Capela”. Completam o EP versões para “Assanhado”, de Jacob do Bandolim, e uma nova releitura do “Bolero”, de Ravel.

Do primeiro trabalho até hoje, o Taruíra construiu uma sonoridade calcada no choro, mas que explora outros ritmos. Prestes a lançar material inédito em dois EPs, o Taruíra é um grupo de choro que une o tradicional ritmo brasileiro à cadência do samba, da bossa nova, do jazz e de ritmos latinos para construir uma linguagem inovadora. Muito mais do que música para dançar e apreciar, o Taruíra traz em seu repertório novas abordagens para clássicos do ritmo, além de flertar com o pop. Em um de seus mais recentes lançamentos, o grupo uniu Luiz Gonzaga e John Lennon em uma versão baião para “Ticket to ride”.

De um resgate do chorinho tradicional, o Taruíra amadureceu para explorar ao máximo os limites desse gênero secular de música popular e instrumental, tão enraizado no Rio de Janeiro, temperando-o com outros ritmos a partir de um olhar mais contemporâneo.



O lançamento é um aquecimento para a roda de choro que acontece neste domingo (17/07), em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro. O grupo retoma seu evento mais tradicional para iniciar as comemorações pelos 14 anos de trajetória, que se completam em dezembro. Até lá, o Taruíra realiza uma roda de choro mensal, com convidados especiais e apoio da Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis (FCTP). O primeiro encontro acontece a partir das 13h, na Praça Frei Aniceto Kroker (Mosela), com entrada gratuita e classificação livre.


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