Transformada em enredo
de Carnaval, a história de Petrópolis – desde os índios coroados até a
modernidade de hoje – agora é conhecida por foliões de todo o mundo. Ao som “é
campeã” da arquibancada, a Vila Isabel atravessou a Marquês de Sapucaí deixando
o público sem ar com suas cinco alegorias luxuosas e gigantes capaz de fazer
com que qualquer pessoa queira fazer o mesmo caminho de D. Pedro para conhecer
as riquezas naturais, a cultura e o patrimônio da Cidade Imperial. Sem qualquer
investimento do dinheiro público do município, a Vila – uma das maiores escolas
de samba do Rio – ajuda com o enredo a trazer mais turistas para Petrópolis.
Segunda escola a desfilar
nesta segunda-feira de Carnaval (04.03), foi emoção do início ao fim tanto para
quem acompanhou o desfile no Rio, quanto para os petropolitanos que puderam
assistir tudo pela televisão e conferir a passagem do enredo “Em nome do Pai,
do Filho e dos Santos. A Vila Canta a Cidade de Pedro”. “Foi emocionante ver
Petrópolis na avenida. E ter nossa história contada por uma escola tão
tradicional do Rio foi uma honra muito grande para a cidade. O desfile mostrou
a importância de Petrópolis, e mostrou para todo o mundo, na maior festa do
planeta. Isso é muito importante para o município e, com certeza, vai refletir
na economia através do turismo”, destacou o prefeito Bernardo Rossi.
Logo no carro abre alas – que
contou com três alegorias juntas -, a Vila mostrou a que veio
arrepiando o
público. A comissão de frente trouxe fantasmas da Família Imperial que
surpreendiam um turista que visitava o Museu Imperial. Com uma coreografia
impecável, os bailarinos usaram até truques de ilusionismo para impressionar os
jurados e a plateia. Enquanto nas arquibancadas e camarotes o que se ouvia eram
elogios à escola e também a Petrópolis, pela transmissão na TV, jornalistas
como Fátima Bernardes e Alex Escobar ajudavam a contar a história de Petrópolis:
“Dos fantasmas do Palácio à modernidade ultra”, disse Milton Cunha, que também
participava da transmissão na TV aberta.
Transmitido para todo o Brasil
e mais de 100 países, são 500 mil pessoas no sambódromo em todos os dias e
desfiles de todos os grupos, uma movimentação de R$ 3 bilhões apenas na capital
fluminense, que chega a receber 1 milhão de turistas. “Foi incrível! A maior
mídia espontânea que Petrópolis poderia ter. Só ouvimos elogios de Petrópolis e
com certeza vamos receber muitos turistas que ficaram curiosos em conhecer a
inspiração do desfile da Vila Isabel”, frisa o secretário da Turispetro,
Marcelo Valente.
Carros e fantasias luxuosas
marcaram desfile da Vila
Se a intenção era impactar, a
Vila Isabel superou as expectativas na avenida com fantasias e carros marcados
pela perfeição em cada detalhe e a riqueza de elementos que remetiam à Cidade
Imperial. Quem abriu o desfile foi o carro que trazia o cortejo de D. Pedro a
Petrópolis, puxado por cavalos de sete metros de altura, que tinha 60 metros de
cumprimento.
De antes do período imperial
até os dias hoje, passaram pela avenida histórias como a dos “Pedros”, D. Pedro
I, D. Pedro II, São Pedro de Alcântara e São Pedro; seguindo pelos índios e as
riquezas naturais – como a água, a Mata Atlântica -, a influência dos
imigrantes europeus, o progresso com a chegada do trem, além do glamoroso
Palácio Quitandinha e ainda a luta dos negros. Até a neblina, conhecida em
Petrópolis, passou pela avenida através de efeitos especiais.
Desde 2013, a Vila Isabel não
é campeã do Carnaval do Rio, mas, desta vez, o presidente, Fernando Fernandes,
acredita na vitória. “A escola veio para a disputa”, disse ele. “Fiquei muito
emocionado. Estou muito feliz. Tenho que agradecer a cada um deles (da equipe)”,
completou o carnavalesco, Edson Pereira.
Criado por ele, um dos carros
que chamou mais a atenção foi o “Paraíso coroado”, que chegava a 12 metros de
altura e usou 12 mil litros de água, uma referência aos índios que moravam no
Brasil. Um índio gigante se levantava para proteger as riquezas naturais de
Petrópolis. Já o carro que representava o progresso, com a vinda do trem, foi
outro que chamou a atenção e trouxe na frente a rainha da Vila Isabel, Sabrina
Sato, três meses depois de ter dado à luz: “Foi lindo demais,
emocionante”, disse. Fechando o Carnaval da Vila, o carro que representava a
luta e a libertação dos escravos, falando sobre a Lei Áurea, assinada pela
Princesa Isabel, trouxe a família da Marielle Franco, cujo assassinato está
completando um ano.
Com 3 mil componentes, a Vila
Isabel vai saber o resultado do Carnaval nesta quarta-feira de Cinzas, com a
apuração dos votos.
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