Humberto Medrado*
De uma crise financeira, na
qual os ativos perdem valor, até uma crise econômica, que prejudica toda
atividade econômica, estamos na tênue linha que abarca os dois modelos.
Diferente de crises “pontuais”, que sempre trazem prejuízo para pessoas e
empresas, a crise atual tem proporções universais – é uma crise humanitária!
Desse fato, a questão que
emerge envolve assegurar a saúde das empresas e a manutenção da empregabilidade.
Conceituada empresa de consultoria e auditoria, a Deloitte lista algumas ações
para que as empresas consigam se sustentar nesse período de crise, com destaque
para o estabelecimento de equipes de decisão, análise de risco, mecanismo
eficaz de comunicação organizacional – funcionários e mercado, manter a saúde
mental dos funcionários e responsabilidade social.
No momento, há que se levar em
consideração o choque de realidade que impacta nos pequenos e médios negócios,
em especial, e em todas as empresas como um todo, não se esquecendo que grande
parte da geração de emprego e renda advém das empresas de menor porte.
O que se tem percebido nas
empresas, de fato, é a premente necessidade de reinventar-se diante de um novo
cenário, evitando aumentar a parcela de desemprego. Os deliverys de
alimentos e produtos, novas formas de produção e a divulgação maciça em redes
sociais têm contribuído para que muitas empresas consigam, ao menos, arcar com
seus custos mensais, garantindo assim como os trabalhos em home
office, a sustentação dos empregos.
Pensar nos recursos humanos
como parceiros das organizações é ação precípua dos gestores, garantindo sua
empregabilidade e segurança em momentos de crise, é garantir a sua saúde no
ambiente laboral, é apostar em novas rotinas internas enquanto não se volta ao
estado original, é olhar com carinho para o funcionário, é redesenhar sua
estrutura organizacional, é contar com a ação do Estado para proteção dos
interesses da coletividade, é entender que, na cadeia produtiva, ações
conjuntas causam efeitos significativos, é o plural se contrapondo ao singular.
Cabe lembrar que em elo
rompido a reação não se completa. Daí a importância do relacionamento entre
todos os elementos nessa teia produtiva. Zelar pela saúde do capital humano nas
empresas é garantir que estas se salvem em tempos de crise. É preciso que se
mude o olhar das pessoas frente a essa nova realidade.
(*) Economista e professor do
curso de Administração da Faculdade Athur Sá Earp Neto (FMP/Fase) em Petrópolis.
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