Uma boa notícia para o Sistema Único de Saúde de Petrópolis é o retorno dos alunos do 6º ano de Medicina e do 9º período de Enfermagem da FMP/Fase aos cenários de prática, como o Hospital de Ensino Alcides Carneiro, o Ambulatório Escola e as Unidades de Saúde da Família administradas pela faculdade, onde cumprem internato (atividade caracterizada pela prática em campo sob supervisão de um professor ou preceptor) e estágio.
Em março, seguindo as orientações do Ministério da Saúde e das demais autoridades sanitárias de enfrentamento à pandemia Covid-19, todas as atividades presenciais da graduação e da pós-graduação foram suspensas. Sendo assim, os alunos foram afastados dos cenários de prática, após o decreto do governo estadual.
Em seguida, o governo lançou uma legislação estabelecendo como deveria seguir o funcionamento dos serviços ambulatoriais eletivos. Então, a equipe multidisciplinar da FMP/Fase, formada por funcionários especialistas nas diversas áreas da saúde e da gestão, elaboraram um plano de contingência para continuar oferecendo assistência à população, mesmo sem a presença dos alunos nos cenários de prática, por entender que além de oferecer formação de excelência, a instituição de ensino superior é comprometida com o forte vínculo com o Sistema Único de Saúde, exercendo papel fundamental na assistência à comunidade.
"O nosso serviço essencial presencial não parou. Para continuar os atendimentos oferecidos nas unidades geridas pela FMP/Fase, organizamos um serviço de triagem para a Covid-19, a fim de receber os usuários e oferecer segurança aos profissionais que permaneceram nas unidades. Assim, garantimos o atendimento de uma parcela da comunidade que precisava continuar sendo atendida, como as gestantes e as pessoas que dependem dos curativos, avaliação de resultado de exames, etc. Também montamos um sistema de telefonia próprio para os pacientes que precisavam da renovação de receitas de medicamentos de uso contínuo", explica Ronye Faraco, gerente de serviços docentes-assistenciais da FMP/Fase.
Desde então, todos os investimentos realizados pela Faculdade de Medicina de Petrópolis/ Faculdade Arthur Sá Earp Neto, ao longo desse período de adequação, visaram a manutenção dos serviços oferecidos à população e também a reformulação dos processos para o retorno dos acadêmicos, da forma mais segura dentro do atual contexto. Para isso, foram realizados treinamentos com todos os profissionais envolvidos na dinâmica de atendimentos e também na compra de equipamentos de proteção individual, revisão e alteração de protocolos realizados nas unidades.
Em maio, a volta dos alunos do internato e do estágio foi voluntária, mediante participação em edital lançado pela instituição, e obedeceu ao conjunto de normas vigentes de segurança. O retorno às atividades práticas foi precedido por uma série de cuidados, como divisão dos estudantes em grupos menores, o treinamento no Laboratório de Simulação Realística para aplicação dos novos protocolos de atendimento e também para o uso do equipamento de proteção individual (EPI), tanto a colocação como a retirada (paramentação e desparamentação).
"Os atendimentos nas unidades passaram a ser realizados com hora marcada, com distanciamento de 30 a 40 minutos entre as consultas, com uma nova área de espera, para que cada paciente possa manter distância do outro de pelo menos 2 metros, evitando aglomerações. Além disso, todos os profissionais, alunos e pacientes que chegam em uma das nossas unidades, obrigatoriamente, passam por nosso serviço de triagem, que foi adotado para oferecer mais segurança aos pacientes, aos alunos e a todos os profissionais de saúde que atuam nessas unidades. Todos que chegam por exemplo no Ambulatório Escola têm a temperatura corporal medida, responde um questionário e se não for detectado sintomas suspeito segue para as dependências de atendimento. Caso a pessoa apresente qualquer sintoma de Covid-19 durante a triagem, imediatamente, é direcionada ao polo de triagem da Secretaria Municipal de Saúde, para receber os devidos cuidados", ressalta Ronye.
Os alunos de Medicina que retornaram aos atendimentos estão atuando no Ambulatório Escola, na área de ginecologia e obstetrícia, pediatria, clínica médica e cardiologia, no Hospital de Ensino Alcides Carneiro – HEAC, na área de ginecologia e obstetrícia, pediatria, clínica médica e clínica cirúrgica. Além do atendimento nas Unidadesde Saúde da Família, geridas pela FMP/Fase, e urgência.
Já os alunos do 9º período de Enfermagem, estão atuando no Ambulatório Escola nos serviços de triagem, de curativos e esterilização, e também nas Unidades de Saúde da Família geridas pela instituição, no atendimento à população cadastrada. Além de atuação na clínica médica, uti, pediatria, centro cirúrgico, clínica cirúrgica e maternidade do HEAC.
"O internato para os acadêmicos de medicina e o estágio para os alunos do último período de enfermagem são extremamente importantes. Nestes processos se dá a prática de cuidado ao paciente, aonde o aluno consegue ver não só a doença em que o paciente está acometido, mas todas as percepções do indivíduo, com o contato próximo aos seus familiares. Então, é fundamental que este período seja seguro e possibilite o olhar, a visão mais ampliada do que não está nos livros, mas nas pessoas que estão sendo atendidas. Esse é o momento de perceber a importância da profissão que escolheram e que fará a diferença na vida das pessoas", esclarece o médico Álvaro Veiga, professor da FMP/Fase e diretor de Ensino do Hospital de Ensino Alcides Carneiro.
Empenhada em cuidar desses futuros profissionais da saúde, a FMP/Fase criou uma ferramenta, através do programa Missão Saúde, para acompanhar, quinzenalmente, a rotina e a saúde dos estudantes. Caso apresentem algum sintoma de infecção por Coronavírus, um alerta é disparado para os responsáveis pelo internato/estágio e pela gestão das unidades ambulatoriais e hospitalares, para que as medidas de precaução sejam tomadas.
"Em nenhum momento colocamos nossos alunos em atendimentos que tenham referência sabidamente para Covid-19. Inclusive, tomamos as precauções para que estejam distantes dos locais em que há pacientes infectados pelo vírus, com o intuito de proteger os alunos do contato direto com a doença. Uma das nossas estratégias de acompanhamento individual dos alunos é o desenho de uma ficha cadastral no sistema da faculdade, onde o aluno pode entrar quinzenalmente para fazer uma avaliação, dizendo como está e se teve contato com pessoas com o vírus, podendo colocar informações sobre a sua saúde e comentar como está sendo o período de atendimentos nas unidades em meio ao cenário de pandemia. É importante ressaltar que caso o estudante apresente algum sintoma entre o preenchimento de um questionário e outro, ele poderá acessar a ferramenta em nosso site e no portal do aluno", finaliza Veiga.
Agora, a instituição se prepara para o retorno dos anos do 5º ano de Medicina e 7º e 8º períodos de Enfermagem.
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