Ingressar na área médica é o sonho de milhares de brasileiros, mas o curso de Medicina é também um dos mais desafiadores. Desde o vestibular os candidatos já conseguem prever que o caminho para formação exigirá muita dedicação e empenho. No entanto, muitas pessoas tentam burlar o processo seletivo para ingressarem no ensino superior sem nenhum esforço. Por isso, as instituições de formação médica precisam redobrar a atenção durante a aplicação das provas de vestibular.

 

Neste período de pandemia, a alternativa de fazer a prova a distância, em um modelo remoto, foi adotada por muitas instituições de ensino. No entanto, algumas faculdades comprometidas com a formação médica decidiram manter as avaliações de forma presencial e investiram na contratação de empresas especializadas na aplicação das provas, com infraestrutura adequada, adotando todas as medidas de segurança exigidas.

 

“Desde o início da pandemia, ficamos observando o cenário de saúde e seguimos todas as orientações das autoridades sanitárias, que já sinalizavam um declínio na pandemia a partir de setembro. Por isso, o vestibular de medicina foi adiado. Como já estava sendo previsto o novo calendário para aplicação da prova, as instituições mais tradicionais optaram por garantir o processo seletivo na modalidade presencial, por questão de maior segurança e credibilidade. A Faculdade de Medicina de Petrópolis entende que deve oferecer condições iguais para todos os candidatos, sempre comprometida com o respeito à vida e às pessoas, que é uma das nossas missões. No caso do processo seletivo, a instituição conta com a Cesgranrio, empresa referência nacional na aplicação de provas”, explica Paulo Sá, coordenador do curso de Medicina da UNIFASE/FMP

 

Em setembro deste ano, uma quadrilha foi presa por desenvolver um grande esquema de fraude em processos seletivos para ingresso no curso de Medicina em vários estados do país. Instituições públicas e privadas foram alvo dos criminosos que forneciam informações privilegiadas aos candidatos ou até mesmo se passavam por eles para realizarem as provas. 

“O modelo de aplicação de provas presencial adotado pela Cesgranrio conta com todos os recursos de segurança que uma avaliação presencial tradicionalmente oferece e que não são viáveis no modelo on-line remoto, tais como ambientes de prova previamente vistoriados e homologados quanto a pré-requisitos de segurança e infraestrutura e equipes especializadas de fiscalização para monitoramento integral da prova quanto a procedimentos de segurança. A confirmação de presença do candidato é feita através da coleta de evidências materiais e é adicionada na nossa plataforma de avaliação digital, que registra a participação do candidato de forma eletrônica mediante a informação de chave de acesso pessoal e intransferível. Entendemos que para avaliações de alto risco como concursos públicos, avaliações nacionais e vestibulares de cursos estratégicos como o de Medicina, o processo on-line remoto, onde o candidato faz a prova em ambiente não certificado, não atinge os níveis de segurança adequados para os objetivos a que se destinam”, frisa Carlos Henrique Nogueira, coordenador do setor de Tecnologia da Informação da Cesgranrio.

 

O número de candidatos por vaga para ingresso nos cursos de Medicina em todo o país varia entre 20 e 215. Por ter alta demanda, as quadrilhas estão investindo cada vez mais em tecnologia para burlar o sistema de provas e chegam a cobrar de R$ 80 a R$ 120 mil por estudante. Diante de tantas tentativas de fraudes no processo seletivo e com o aumento de crimes cibernéticos, os candidatos devem estar cientes dos riscos que correm em um vestibular on-line. 


“O fator segurança tem um peso grande quando se trata de realizar uma prova em computadores próprios, uma vez que estes são mais vulneráveis e contam com uma proteção voltada para os acessos pessoais e, dificilmente, o usuário consegue evitar o acesso indevido aos dados. Além disso, ofertas e distribuição distintas de acesso à internet e picos de energia elétrica, em um país continental como o Brasil, que sofre grandes variações de qualidade até mesmo dentro dos estados e municípios, afetam a realização da prova remota e podem causar desequilíbrio na igualdade de condições entre os candidatos”, frisa Marcelo Prates Geraldi, gerente do setor de Tecnologia da Informação da UNIFASE/FMP.

 

Há também outras variáveis que precisam ser consideradas quando o assunto é a escolha por fazer a prova on-line. Os estudantes precisarão se manter em frente ao computador durante todo o período de realização da prova e problemas com a conexão, fornecimento de energia elétrica e a necessidade de ir ao banheiro, durante o período da avaliação, podem comprometer a etapa de ingresso no ensino superior.

 

“Estamos adotando todas as medidas de segurança preconizadas pelas autoridades de saúde. Certamente, será um vestibular como nos anos anteriores, oferecendo conforto e tranquilidade para que os candidatos possam realizar a avaliação exercendo suas plenas capacidades dentro de um ambiente seguro”, finaliza Paulo Sá, coordenador do curso de Medicina da UNIFASE/FMP.    

 

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