A doença não espera!
 

O mês de outubro é voltado a falar do câncer de mama, doença que se caracteriza por uma proliferação descontrolada de células que eram consideradas normais e que têm a capacidade de se espalhar para todo o corpo. Eles podem acometer de forma diferente, homens e mulheres, com intensidade e manifestações que podem se apresentar de diferenciadas formas. 

 

O autoconhecimento é, segundo os especialistas, a ferramenta essencial para a garantia do diagnóstico precoce, que aumenta chances de cura. O mastologista Carlos Vinícius Leite, reforça , que manter as consultas médicas de rotina e exames, pelo menos, anualmente, também auxilia na descoberta da doença no início.

 

“Na fase mais precoce da doença, a mulher pode não apresentar nenhum sinal ou sintoma. Por isso a importância dos exames de imagem, como a mamografia, para o diagnóstico precoce. No início, ela também pode perceber um nódulo. Mas há outros indícios como, por exemplo, a saída de secreção espontânea, transparente ou sanguinolenta, saindo dos mamilos. Temos ainda, as modificações que ocorrem na pele e na mama, como feridas que não cicatrizam, as retrações, coceiras que não melhoram e pra isso, a mulher precisa ter o hábito do autoconhecimento”, diz.

 

Os tratamentos usados na luta contra o câncer de mama são variados e podem exigir quimioterapia, radioterapia, imunoterapia, dentre outros. Em muitos casos, é necessária a mastectomia, que é a retirada completa da mama. O INCA, Instituto Nacional do Câncer, estima que entre 2020 e 2022, surjam 66 mil novos casos da doença por ano. Alguns hábitos como alimentação balanceada, evitar álcool, industrializados e processados, além da prática de atividade física, podem contribuir para a redução dos casos.

 


Força e luta para vencer a doença

 

Paciente em tratamento e colaboradora da Associação Petropolitana dos Pacientes Oncológicos, Clarice Souza, não deixa de sorrir em minuto algum. Ela descobriu através do toque das mamas em março, que tinha algo fora dos padrões. E agora, segue na luta, trazendo força e coragem para muitas mulheres.

 

“Não pode perder a força e se isolar. É um processo longo, necessário, mas a esperança da cura existe. Importante é não deixar pra depois e se conhecer. Descobri no comecinho, estou tratando e creio que breve estarei curada, pois os problemas vêm pra gente vencer”, conta. 

 

Elizabeth Duarte Al Cataldo (foto) é cabeleireira, já concluiu o tratamento e está se recuperando. Hoje, ela serve como inspiração para tantas outras mulheres, que assim como ela, sofreram com o medo.  

 

“Quando fui pegar o resultado, estava com muito medo. Tive muita ajuda da psicóloga, que me ajudou neste período e o contato com os pacientes que também enfrentavam essa luta, a esperança que eles tinham, isso me fortaleceu. Ver pessoas que venceram, que vinham as consultas só pra acompanhamento, mas já estavam bem. Isso tudo, ajudou demais. Quando você descobre perde o chão e acha que não vai ter jeito, mas tem sim. A ajuda da família nesse período também foi muito importante”, diz

 

Os homens também podem ser acometidos por esta doença, que atinge 1 em cada 100. Roberto Sereno, tem 63 anos e passou pelo câncer de mama em 2018. Foi em uma consulta com o cardiologista, que ele descobriu as alterações. Ele chegou a ser submetido a uma mastectomia completa, quimio e radioterapia. E tomou como seu lema a expressão “vida que segue”. 

 

“A gente não precisa esconder de ninguém. Tem que enfrentar, fazer o tratamento e procedimentos necessários. Ouço muito meus médicos, fui acompanhado pela APPO, a qual tenho muito carinho e tenho muita gratidão. O homem também tem que se cuidar, isso é muito importante. Uma coisa que fez muita diferença neste período pra mim, também foi o apoio da família, que é a base. Quando descobri que estava com câncer, a fé foi que me sustentou. Entreguei tudo diante de Deus, meu sofrimento, minhas dores, pois acreditava na minha cura”, pontua.


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