Fisioterapeuta Indianara Araújo |
Em 13 de outubro é comemorado o Dia Nacional do Fisioterapeuta, profissional que se mostrou indispensável na luta contra o coronavírus
O Dia Nacional do Fisioterapeuta é comemorado em 13 de outubro e, neste ano, a data tem um significado mais especial. Isso porque a pandemia do novo coronavírus colocou em foco a importância deste profissional para a saúde pública, já que a fisioterapia se mostrou fundamental tanto no início do tratamento quanto na recuperação da Covid-19, contribuindo para a reabilitação dos pacientes.
Segundo a fisioterapeuta e professora do curso de Fisioterapia da Estácio, Indianara Araújo, o coronavírus causa um processo inflamatório importante nos pulmões, afetando diretamente a troca gasosa e, por isso, os pacientes podem entrar em falência respiratória muito rapidamente. “O trabalho do fisioterapeuta é avaliar o sistema respiratório dos infectados para verificar a troca gasosa e os sinais de desconforto respiratório, verificando a necessidade de oxigenoterapia, suporte ventilatório não invasivo ou invasivo”, explica.
Nos casos mais graves, quando o suporte respiratório mecânico é necessário e, com ele, a sedação do paciente, a atuação do profissional de Fisioterapia continua sendo indispensável. “Dentro da UTI, cabe ao fisioterapeuta intensivista avaliar e adequar os parâmetros respiratórios, ajustando a frequência respiratória, o volume corrente, a pressão que mantém os pulmões em boas condições, entre outros, para que o paciente consiga se recuperar o mais rápido possível, sem danos maiores aos pulmões”, completa Indianara.
A fisioterapia também tem papel muito importante na fase de transição do tratamento, quando o paciente deixa de necessitar de auxílio mecânico para a respiração e precisa retomar a sua autonomia respiratória e funcional. “Quem passa muito tempo na ventilação pode apresentar, ainda, quadro de fraqueza muscular generalizada, pois passou muito tempo com o corpo imóvel e recebendo medicações a base de corticoide. Isso causa perda da massa muscular e da funcionalidade do corpo, com restrições importantes na mobilidade. Por isso, mesmo após a alta, é necessário que o acompanhamento fisioterapêutico seja mantido”, conta.
De acordo com a fisioterapeuta, até atividades básicas como caminhar, se alimentar sozinho e tomar banho ficam comprometidas após a alta. “Muitos pacientes, inclusive, podiam já apresentar um quadro de fraqueza muscular prévio por causa da idade, sedentarismo, má alimentação, e a Covid pode potencializar esse comprometimento muscular. Então, ficará ainda mais limitado caso não faça o acompanhamento adequado depois de curado. O trabalho do fisioterapeuta é atuar com um programa de reabilitação específico para cada paciente, para que ele volte ao seu dia a dia normal o mais rápido possível”, finaliza.
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