As falhas e oscilações no fornecimento de energia elétrica continuam trazendo prejuízos para as indústrias de Petrópolis. Empresários vem relatando novos problemas que prejudicam o funcionamento de máquinas e equipamentos das fábricas e trazem prejuízos ao setor. O tema é prioridade na visão dos empresários da Firjan e foi tratado junto ao governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, em reunião na última semana (12/01). Os empresários pediram a atuação do executivo estadual para que, junto com a concessionária e órgãos competentes, possa melhorar a qualidade da energia fornecida na serra.


“Essa é uma questão que atinge diretamente a competitividade das empresas instaladas aqui. Além de ser um alto imposto cobrado, o mais alto do Brasil, as constantes falhas prejudicam as máquinas e equipamentos gerando atrasos na produção e, principalmente, dando novos custos às empresas, o que coloca a manutenção dos negócios em risco e vem inibindo a anos a atração de novas empresas para nossa região”, enfatiza o presidente da Firjan Serrana, Júlio Talon.


É o que ocorre na indústria de alimentos Casa do Alemão, no Quitandinha. A instabilidade na voltagem faz com máquinas não liguem e que componentes queimem todas as vezes em que há oscilação na rede de fornecimento trazendo prejuízos financeiros. “Já atuamos diretamente com a Enel e com o nosso pessoal especializado, mas até o momento não tivemos uma solução definitiva para o problema. Mesmo sem chuvas ou ventos fortes, a rede tem grande oscilação e nunca entrega a tensão necessária. Com isso, máquinas mais robustas da nossa fábrica não ligam ou apresentam avarias em componentes elétricos todas as vezes que essa variação de tensão ocorre. Na semana passada, por exemplo, precisamos funcionar com gerador por dois dias para poder produzir, além de ter uma avaria elétrica em uma das máquinas. Essa vem sendo uma batalha frequente em nossa empresa”, explica o diretor, Thiago Fontaine.


Waltraud Keuper, presidente do Sindicato das Indústrias Metalomecânicas de Petrópolis (Sindmmep), relata que as interrupções no fornecimento são um problema que vem atrapalhando muitas empresas do setor. “A luz acaba e volta minutos depois, às vezes em menos de 3 minutos, que é o tempo mínimo para a contagem pelas concessionárias. Apesar desse curto período, a falta de energia causa enormes problemas na produção, já que os equipamentos são desligados, perdem as configurações e dependem de muitos minutos para que retomem a operação” diz.


O mesmo problema ocorre em Itaipava. “Nosso convívio com esse problema é constante. As soluções apresentadas são apenas pontuais, mas precisamos de ações definitivas que possam nos dar a segurança de que as fábricas poderão funcionar sem interrupções”, explica o gerente de produção da Mustad, Vinicius Barbosa, que teve sua empresa fora de operação por mais de 10 horas.


Uma nova reunião do Grupo de Trabalho de Energia, que reúne representantes do setor produtivo e a concessionária Enel, deverá ser marcada ainda este mês na busca por soluções. A melhoria da qualidade da energia elétrica no município faz parte do Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro 2016-2025.

(Edição: 20/01/2021)

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