Foto: Setranspetro |
Até amanhã (30), as empresas de ônibus Petro Ita e Cascatinha vão realizar a quitação total do adiantamento dos rodoviários. Até o momento, sexta-feira, 80% da folha foi integralmente paga. As operadoras seguem mantendo a operação normalmente e não medem esforços para cumprir com todos os compromissos, mesmo com o agravamento da crise econômica e financeira provocada pela pandemia.
Diferente do que tem acontecido em diversos municípios do país, todos os rodoviários em Petrópolis continuam recebendo seus respectivos salários e benefícios. No fim do ano passado, enquanto os municípios vizinhos parcelavam o 13° salário em diversas vezes, as empresas de ônibus em Petrópolis conseguiram empréstimos a juros com instituições financeiras, para manter em dia o compromisso com os profissionais.
“O desequilíbrio econômico das empresas de ônibus é uma realidade constatada muito antes do surgimento da pandemia, quando a queda mensal na demanda de passageiros gerava grandes prejuízos. Nesse momento, chegamos ao nosso limite de alternativas para manter a continuidade das atividades, dependendo totalmente e com muita urgência da atenção dos órgãos públicos”, explicou Isidro Rocha, presidente do Setranspetro.
As empresas de ônibus em Petrópolis continuam enfrentando a maior crise econômica e financeira de todos os tempos no transporte público, com prejuízo acumulado superior a R$ 42 milhões, entre os meses de março e dezembro, sem nenhum tipo de ajuda emergencial e qualquer previsibilidade de melhora no faturamento.
“Nenhuma empresa do mundo consegue achar estratégia para manter um custo diário tão alto sem arrecadação, e o próprio Ministério da Economia reconhece que o segmento do transporte foi o segundo mais afetado pela crise. Vamos continuar nos esforçando para tentar preservar a maioria dos empregos e garantir a continuidade dos serviços prestados. Inclusive, seguimos buscando diariamente recursos essenciais para a circulação dos ônibus, como a compra de óleo diesel e o pagamento dos salários e benefícios”, pontuou o presidente do Setranspetro.
Logo no início da pandemia, entre os meses de março e abril, as empresas chegaram a transportar apenas 25% dos passageiros pagantes. Desde então, essa recuperação acontece gradualmente, sendo registrado, em novembro, pouco mais que 65% dos clientes, tendo como base a quantidade que era transportada antes do Coronavírus. O mês de janeiro deste ano, já é considerado o pior mês da história do transporte público em Petrópolis.
“Essa situação fez com que todas as empresas atingissem um patamar incalculável de crise, com impostos atrasados, renegociação de débitos e dívidas, além do esgotamento de possibilidades de empréstimos. Laudos técnicos comprovados pelo município, amplamente discutidos com o Ministério Público e apresentados ao judiciário, mostram que o sistema de transporte pode entrar em colapso a qualquer momento”, disse.
Desde o início da pandemia, o Setranspetro protocolou uma série de pedidos de ajuda ao município e também apresentou a situação à Câmara Municipal de Petrópolis, demonstrando a preocupação com a continuidade dos serviços. O documento, além do pedido de ajuda financeira, expõe algumas propostas para a diminuição do custo imediato do sistema e melhorias da mobilidade urbana, que contribua com a fluidez no trânsito, fazendo com que os ônibus cumpram os horários.
“Estamos unindo todos os nossos esforços, mas necessitamos minimamente restabelecer o equilíbrio econômico e financeiro do sistema para ‘sairmos vivos’ dessa crise. Precisamos definitivamente encontrar alternativas que não encareçam o preço para quem paga a passagem de ônibus. Todos precisam entender que o transporte público é imprescindível para a cidade e precisa de outras fontes de receita, que não seja apenas o passageiro que paga a tarifa”, concluiu Isidro.
Fonte: Setranspetro
(Edição: 29/01/2021)
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