LNCC / Foto: Grasiele Soares

12 projetos aprovados

O investimento total é de R$ 7,2 milhões
 

O projeto de combate à pandemia da Covid-19, da Rede para Vigilância Genômica de SARS-CoV-2, que inclui organizações líderes de pesquisa e saúde pública nos cinco países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - NGS-BRICS), foi aprovado, na última semana, na chamada pública da cooperação internacional. No Brasil, a rede será coordenada pelo Laboratório de Bioinformática - Labinfo, do Laboratório Nacional de Computação Científica - LNCC (unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações - MCTI).

 

Integram ainda a proposta a Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, a Universidade Feevale (Rio Grande do Sul), a Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG e a Universidade Estadual Paulista – UNESP, membros da CoronaÔmica-BR, apoiada pelo MCTI. Na chamada pública realizada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, ao todo, 12 projetos foram aprovados para um investimento total de R$ 7,2 milhões.

 

“O objetivo geral deste projeto é o de criar um consórcio de pesquisa genômica integrado, interdisciplinar e colaborativo entre as principais organizações científicas do BRICS, para promover o conhecimento e monitoramento espacial e genômico da dispersão do vírus e contribuir para a melhoria do sistema de saúde dos países envolvidos”, ressalta a coordenadora do Labinfo, do LNCC/MCTI, Ana Tereza Ribeiro de Vasconcelos.

 

Também são objetivos do projeto: aumentar o acesso aos métodos genômicos para sequenciar o SARS-CoV-2 nos países do BRICS, em tempo quase real, e traçar a evolução do vírus nesses países; rastrear as introduções do SARS-COV-2, identificar as transmissões na comunidade e usar essas informações para caracterizar e controlar surtos locais; usar, desenvolver e aplicar big data e métodos epidemiológicos para entender, controlar e prevenir surtos e melhorar o diagnóstico e a terapêutica; além de capacitar e treinar as equipes de pesquisadores do BRICS.

 

A coordenação geral da rede ficará sediada na África do Sul (UKZN), sob a coordenação do Dr. Túlio de Oliveira, bioinformata brasileiro, que trabalha há mais de 20 anos com surtos virais, incluindo HIV, Hepatite B e C, Chikungunya, Dengue, SARS-CoV-2, Zika e Vírus da Febre Amarela. Além do Brasil, a rede conta: na Rússia, com o  Skolkovo Institute of Science and Technology (SIST) e o Vavilov Institute of General Genetics (VIGG); na China, inclui o Beijing Institute of Genomics (BIG), Chinese Academy of Sciences (CAS), China National Center for Bioinformation, National Institute of Biomedical Genomics (IPBG) e Institute of Pathogen Biology (IPB); na Índia, inclui o National Institute of Biomedical Genomics (NIBMG), Centre for BioSystems Science and Engineering (BSSE) e o Indian Institute of Science Centre for DNA Fingerprinting and Diagnostics (CDFD); na África do Sul, inclui o National Health Laboratory Services (NHLS), o National Institute of Communicable Diseases (NICD), as Universidades de KwaZulu-Natal (UKZN), Cape Town (UCT), Free State (UFS) e Stellenbosch (US).

 

No Brasil, são financiadores dos projetos aprovados na chamada pública divulgada pelo CNPq o MCTI, o Fundo Nacional de Saúde - FNS e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FNDCT. A chamada tem como objetivo apoiar projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação - P,D&I, que contribuam significativamente para o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação do país, no âmbito da cooperação CNPq/MCTI/BRICS-STI, para fazer frente ao combate da pandemia do novo Coronavírus, nas seguintes áreas temáticas, como: pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e ferramentas para diagnósticos da Covid-19; pesquisa e desenvolvimento de vacinas e medicamentos para Covid-19, incluindo o reposicionamento de medicamentos disponíveis; sequenciamento genético da SARS-CoV-2 e estudos sobre epidemiologia e modelagem; inteligência artificial, TICs e Computação de Alto Desempenho orientados à pesquisa para novos medicamentos, desenvolvimento de vacinas, tratamentos, testes clínicos e sistemas e infraestruturas de saúde relacionados à Covid-19; e estudos epidemiológicos e testes clínicos para avaliar a sobreposição SARS-CoV-2 e outras comorbidades, em especial Tuberculose.

 

O CNPq recebeu 87 propostas consideradas qualificadas para serem avaliadas pelo Comitê de Avaliação Nacional, formado para esse propósito. Essas propostas foram avaliadas posteriormente pelo Comitê Internacional das Agências de Fomento do BRICS, sendo selecionadas propostas de consórcios formados por, pelo menos, três países do BRICS.

 

O Brasil foi o único país do grupamento BRICS a ter participante em todos os consórcios aprovados na Reunião do Comitê Internacional das Agências do BRICS. Foram contemplados projetos nas grandes áreas do conhecimento de Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Ciências Exatas e da Terra, e Engenharias; nos estados de Goiás, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.

(Edição 19/01/2021)

 

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