Bacalhau Confit / Foto:  Leandro Oliveira

Em um ano em que tantas casas tradicionais fecharam as portas no Brasil, o restaurante Picolino, em Cabo Frio, não só se manteve firme e forte como completou 45 anos apostando em novidades. O aniversário não foi comemorado com festa em 2020, mas com muitos presentes para seus frequentadores. A casa acaba de ganhar novos ambientes e conceitos contemporâneos relacionados a sua essência, sua alma solar e ao mar. O Picolino modernizou-se sem esquecer seu protagonismo e sua referência há mais de quatro décadas na gastronomia de Cabo Frio.  

 

Aberto em 1975, o restaurante de cozinha internacional e brasileira faz parte da história, de momentos e do imaginário de gerações de turistas e moradores. “O Picolino é uma experiência além do tempo”, comenta o cabo-friense Marcos Sorrentino, cliente do restaurante desde a infância e, hoje, um dos proprietários da casa.

 

Verão 2021

Para celebrar o momento de mudança, nada como aproveitar a chegada do verão e suas tendências. Um novo conceito, com reposicionamento de marca, cardápio e decoração repaginados, já podem ser conferidos na casa.

 

Uma das principais novidades é o bar no térreo, com ambiente moderno e descontraído, reforçando o novo momento do Picolino. O espaço é perfeito para tomar coquetéis exclusivos e degustar entradinhas especiais. “É um ambiente para curtir depois da praia, antes de sair para a noite ou de subir para jantar”, explica a proprietária Daniele Aguiar, que foi criada em Petrópolis.

 

A carta de drinks tradicionais e autorais é assinada pelo bartender carioca Michell Agues, da Bar Skull. Entre os autorais estão sete opções inspiradas na história de Cabo Frio e do Picolino, como o Fantasia, combinando gin e morango, numa referência à alegria e à sedução; e o Maré do Forte, à base de cachaça, mel e limão, ingredientes que revelam toda a nossa tropicalidade. “Os drinks remetem a diversas culturas, épocas, lugares e momentos, trazendo frescor e sabor a cada experiência”, apostam os sócios.

 

Entre os petiscos, opções para compartilhar como o Carpaccio de Polvo e a Burrata com Cogumelos e Tapenade de Azeitona. Para matar a fome, Panelinhas de Arroz de Rabada, Arroz de Pato e Arroz de Polvo.

 

O projeto arquitetônico ficou a cargo do escritório carioca Market Arquitetura, que traz no currículo o estilo descolado e aconchegante de casas como Tutto Nhoque (Rio de Janeiro) e Seu Antônio (Florianópolis). Dos janelões do charmoso sobrado colonial, espia-se o bucólico Canal do Itajurú, salpicado por coloridos barquinhos de pescadores.

 

“No desenvolvimento do projeto, prezamos por formar uma identidade arquitetônica original e completamente cabo-friense, já que o Picolino é tido como um patrimônio da cidade. Buscamos a rica história, cultura e natureza que cerca o município e imprimir esses itens no design: mimetizando a paisagem na decoração, criando perspectivas que impressionam pelo contraste entre o imóvel antigo e uma proposta arrojada, descontraída e, ainda assim, atemporal, de arquitetura de interiores. O Canal foi a principal inspiração para a proposta das mesas e o bioma para o mobiliário. A aplicação da paleta de cores veio da vista linda e única do pôr-do-sol de Cabo Frio”, conta o arquiteto André Longo.

 

Cocktail Borogodó / Foto: Leandro Oliveira


Segundo andar

O clima praiano subiu as escadas e também se faz presente no piso superior, onde ficam o salão e a varanda. As novidades vão além das louças e do enxoval. Um grande painel em pontilhismo, assinado pelo artista plástico carioca Ciro Najar, traz um grafismo que mescla o peixe (presente no logo do restaurante desde sua criação) ao novo conceito da casa. A obra de arte é formada pelos cartões-postais de Cabo Frio, como Forte São Mateus, Morro da Guia, Ponte Feliciano Sodré, Ilha do Japonês, Igreja de São Benedito e fachada original do Picolino. Ilustrações no mesmo estilo colorem os toilettes.

 

O cardápio ficou mais enxuto, priorizando o que o Picolino tem de melhor: os frutos do mar frescos, respeitando a preservação das espécies e os ingredientes sazonais, provenientes de produtores locais.

 

Alguns clássicos que nunca saíram do cardápio serão mantidos, como a Moqueca de Badejo, Grelhados de Frutos do Mar com Manteiga de Ervas, e Tranche de Cherne/Badejo, além dos pratos com Filé Mignon e o Arroz de Pato. Também com nova roupagem estão o Badejo com Camarão Gratinado e o Camarão com Abacaxi e Gorgonzola. A tradicional Batata Naná permanece firme, forte e corada e ganha uma porção vegana, acompanhando também os Cogumelos Gratinados.

 

Entre os novos pratos, destaque para o Lombo de Bacalhau Confit, acompanhado de brócolis, ovos, batatas, tomates e azeitonas, assim como o Polvo Grelhado com batatas e aspargos. Para a sobremesa, as tradicionais receitas francesas Crepe Suzette, Profiteroles e Banana Flambé dividem as atenções com novas delícias, como o Creme de Paçoca.

 

O processo de reposicionamento do novo momento do Picolino ficou a cargo da chef e gestora Renata Cruz, do Foodness (SP) e da publicitária Vanessa Huguinin, do Food-se (RJ). “Elas fizeram uma leitura moderna e atual dos 45 anos de história do Picolino. Estamos evoluindo e nos atualizando de acordo com o que o mercado, a região e nossos clientes demandam, mas sempre honrando nosso passado, nossa essência. Atingir essa maturidade tem um valor inestimável”, comemoram Marcos e Daniele.

 

História

O Picolino entra em sua terceira fase, desde que foi aberto nos anos 70.  Ao ser inaugurado, o casarão centenário com paredes de pedra e cal funcionava apenas com um salão no térreo. Mais de 30 anos depois, em 2008, o restaurante mudou de mãos. Foi quando a casa ganhou o segundo andar, com direito a adega, varanda, jardim pergolado e uma linda vista.

 

Em 2019, o Picolino foi adquirido por Marcos Sorrentino, cabo-friense e cliente do restaurante desde a infância. Depois de uma temporada em Angola, Marcos e a esposa Daniele, ambos engenheiros, voltaram para o Brasil e escolheram Cabo Frio para viver e começar uma nova história. As memórias afetivas de Marcos se tornaram contemporâneas, mantendo a tradição com uma releitura moderna.


Funcionamento no Verão (dezembro a fevereiro). 




 

 

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