Estudo foi realizado pelo Instituto Fecomércio com consumidores do estado do RJ
Uma pesquisa realizada pelo IFec RJ (Instituto Fecomércio de
Pesquisas e Análises) com consumidores do estado do Rio Janeiro foi divulgada
esta semana mostrando que a pretensão em presentear no Dia das Mães aumentou em
relação ao ano passado: 61,8% das pessoas afirmaram a intenção de comprar
presentes, mostrando uma alta em relação ao índice e 2020, que foi de 55,8%,
mas ainda bem abaixo se comparado a 2019, quando esse percentual era de 80%.
Entre os que disseram que não irão presentear, 57% afirmaram que a decisão tem
relação direta com o agravamento da pandemia.
Para o economista e professor da Estácio, José Valmir Pedro, o
aumento de 6 pontos percentuais entre 2021 e 2020 não significa que a economia
esteja se recuperando.
- Não é um aumento expressivo, mas atribuo isso ao fato de as
pessoas estarem muito sobrecarregadas com a pandemia e verem no ato de
presentear uma forma de alegrar quem o recebe neste momento tão difícil. Se a
economia já estivesse se recuperando, o percentual de intenção de compras esse
ano seria muito maior. Estamos ainda vivendo um momento delicado, com muitos
desempregados e, apesar de vagas abertas, as indústrias contrataram muito
pouco. Antes da pandemia, já tínhamos um efetivo de 12 a 13 milhões de
desempregados em todo o país, que se somaram às pessoas que perderam o emprego
por conta dos efeitos da pandemia.
O economista destaca ainda que é difícil fazer uma previsão de recuperação
da economia e de níveis de emprego no Brasil, mas acredita que em 2023 o país
possa retomar bons patamares econômicos.
- Acredito que teremos que remar muito no segundo semestre deste
ano para em 2022 começarmos a recuperar o fôlego da economia como um todo,
isso, é claro, com incentivos do governo federal, com redução de carga de
impostos, com incentivo à facilidade de contratação de pessoas, com grande
parte da população vacinada contra Covid, ou seja, uma série de medidas deverão
ser tomadas para essa recuperação. Em 2022 vejo uma luz no fim do túnel e
acredito que somente em 2023 o Brasil dará sinais reais de recuperação, mas
ainda muito longe dos índices de 2019, ano em que nem sonhávamos com pandemia.
Itens mais procurados e mercado on-line
Segundo a pesquisa do IFec RJ, entre os presentes escolhidos para
as mães, estão roupas (31,7%), perfumes/cosméticos (30,6%), calça/bolsa ou
acessórios (23,1%), cestas de café da manhã (17,2%), flores (11,8%),
joias/bijuterias (11,3%), bolos/ chocolates (9,7%) e smartphones (5,9%). Em
relação ao tipo de mercado, a intenção de compras em lojas físicas é de 39,1%
dos entrevistados, 32,1% em lojas virtuais, e 28,8% irão aderir aos dois
formatos.
Para José Valmir, os comerciantes que aplicaram o comércio on-line
aos seus negócios durante a pandemia foram inteligentes e agiram rápido, e essa
atitude fez com que muitos negócios sobrevivessem. Ele diz que quem mantiver
apenas a forma tradicional de comércio estará sujeito ao fracasso e cita como
exemplo os restaurantes requintados das grandes capitais, que antes da pandemia
não eram adeptos ao delivery, mas tiveram que se adequar.
- O comércio físico tradicional sempre irá existir, mas a
tendência de compras on-line mudou rapidamente com a pandemia e vai crescer gradativamente
se tornando cada vez mais forte. As compras pela Internet e a entrega em casa
trazem conforto e segurança para as pessoas, sem contar na praticidade. Hoje,
por exemplo, você pode presentear um amigo que mora em outra cidade, ou país,
comprando virtualmente na loja ao lado da casa dele, com entrega agendada e
pagando tudo pela internet.
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