Documento orienta comunidade sobre como agir em casos de ocorrências envolvendo fogo em vegetação



Em 16 de setembro de 1955 houve o primeiro registro de incêndio florestal no Vale das Videiras. Dois lavradores autônomos, moradores da região, foram os responsáveis pelas chamas que devastaram a região. Tudo numa brincadeira após um dia de trabalho, onde pararam para beber e depois de algumas doses, acenderam cigarros e jogaram fósforos acesos no mato. O prejuízo chegou a 1300 salários mínimos da época, além de duas casas queimadas e toda uma plantação de eucaliptos destruída. Em junho do ano passado, mais de 60 anos depois do ocorrido, um homem que ateou fogo no próprio carro para dar o golpe no seguro causou a destruição de 17% da área de vegetação do vale que pertence à Reserva Biológica de Araras. Foram mais de 500 hectares de área consumidas pelas chamas.



No último sábado (26), moradores do vale das videiras lançaram um plano de contingência contra incêndios florestais. O trabalho foi realizado pela associação de moradores, com direcionamentos de como agir em caso de chamas com grande proporção. O conteúdo foi desenvolvido pelo biólogo e guarda parque João Pedro Guimarães Dias e teve como responsável técnica, a Engenheira Agrônoma Carolina Rodrigues.



“Essa iniciativa busca ter uma resposta rápida a esses incêndios, que na maioria das vezes, ocorrem de forma criminosa. Pudemos verificar que grande parte deles são causados pela ação do homem e sabemos que na época de estiagem, é muito importante a conscientização da população”, diz João Pedro.



Para a Engenheira Agrônoma Carolina Rodrigues, também é necessário que a comunidade local promova ações que possam auxiliar na prevenção para evitar esse tipo de ocorrência. “A avaliação do solo, da umidade, além da verificação da falta de chuvas e os aceiros, que é a capina em torno do terreno, fazendo com que o fogo não se alastre pelas redondezas”, explica.



Dados do Linha Verde, programa do Disque Denúncia-RJ, apontam que Petrópolis é a segunda no Estado do Rio, em número de queimadas. O município só fica atrás da capital, que tem o maior registro de denúncias relacionadas a este tipo de crime ambiental. As histórias se repetem costumeiramente por toda a cidade, com ocorrências frequentes em relação a fogo em vegetação. Só no último fim de semana, militares do 15º GBM atenderam pelo menos cinco ocorrências do gênero. Foram 25 bombeiros mobilizados em ações no Brejal, Bairro da Glória, 24 de maio, Itaipava e Nogueira, num total de 465 mil m² de área consumida.



A expectativa é que com esse pontapé outras localidades possam seguir o exemplo e mobilizar seus moradores no intuito de preservar e garantir a segurança de todos. Interessados em obter mais informações a respeito do desenvolvimento de projetos do gênero, podem entrar em contato pelo telefone: (24) 99965-0423. 

 

 

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