Projeto trouxe o trabalho da Orquestra Maré do Amanhã até o público
O domingo foi diferente em Petrópolis. O Projeto Caravana da
Esperança, criado para levar o trabalho da Orquestra Maré do Amanhã, formada
por jovens moradores da favela da Maré, no Rio de Janeiro, até o público em
meio à pandemia, espalhou alegria pelas ruas da cidade. Foram mais de cinco
horas de apresentação sobre um caminhão, que percorreu algumas das principais
ruas do primeiro distrito.
Com o apoio da Prefeitura, o comboio musical saiu por volta das
10h do Bingen. Pelo caminho, as pessoas acenavam, batiam palmas e muitos,
emocionados, choravam com a apresentação da orquestra. O repertório incluiu
canções que passearam pelo rock, como Sweet Child’O’Mine, da banda Guns and
Roses, MPB, com uma versão de Águas de Março, de Tom Jobim, e clássicos com
obras de Mozart.
A educadora Diva Simas, que estava no Bingen aguardando a passagem
da orquestra, disse que era uma oportunidade única de poder ter contato com um
projeto tão bonito e importante. “Conheço o trabalho desses jovens e, hoje,
poder estar aqui ao lado deles, ouvindo essas músicas tão bonitas, é muito
especial. Parabéns para todos os que estão envolvidos nesta ação”.
O caminhão, adaptado para as apresentações, fez uma parada em
frente à Catedral São Pedro de Alcântara. As pessoas puderam apreciar canções
de Roberto Carlos neste momento. A orquestra passou pelo terminal de ônibus do
Centro, Rua Teresa e Alto da Serra, seguindo em direção ao Quitandinha, onde
encerrou o roteiro ao redor do lago.
Carlos Eduardo Prazeres, que é diretor executivo da Orquestra Maré
do Amanhã, externou a emoção de estar se apresentando em Petrópolis com o
projeto. “Já fizemos apresentações muito bonitas, mas hoje, aqui, as pessoas já
estavam nos esperando, emocionadas e alegres. Isso não tem preço”, disse ele,
que tem uma forte ligação com a cidade. “Eu estudei em Petrópolis dos meus 12
anos até os 17 e, desde 2009, eu vivo nesta cidade, que é maravilhosa. Meu
filho também é nascido aqui, então, hoje, estar com o projeto aqui, é muito
especial e inesquecível”.
O maestro responsável pela orquestra, Filipe Kochem, que é
petropolitano, também enfatizou a felicidade e a responsabilidade que foi se
apresentar na cidade. “Sou petropolitano e poder apresentar um pouco do
trabalho para meus conterrâneos é uma alegria muito grande".
Na caravana, o grupo da orquestra é limitado a 12 músicos. Foram
mais de dois meses de adaptação para que o grupo pudesse entender a dinâmica de
tocar com o veículo em movimento.
A Orquestra Maré do Amanhã é composta por 300 jovens, divididos em
três núcleos principais. O projeto também atende mais de 3,7 mil pessoas em 22
pontos dentro das 17 comunidades que formam o Complexo da Maré.
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