Pacientes com a comorbidade, que aumenta em 48% o risco de morte por Covid-19, têm rede de apoio no Hospital SMH - Beneficência Portuguesa de Petrópolis
Os índices alarmantes de casos de obesidade e o fato destas pessoas serem significativamente mais vulneráveis ao Coronavírus levaram o Hospital SMH - Beneficência Portuguesa de Petrópolis a implementar um programa completo de apoio a pacientes com a comorbidade. O projeto, iniciado neste mês de julho, se baseia no tratamento multidisciplinar, que começa na consulta com o gastroenterologista, passa por profissionais de diversas especialidades e, nos casos onde há indicação, chega até a cirurgia bariátrica.
A obesidade aumenta em 48% o risco de morte por Covid-19, segundo dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), e o tratamento é complexo. Isso porque o peso em excesso geralmente tem múltiplas origens, que podem ser físicas, emocionais ou, mais comumente, ambas, como explica a ortopedista/traumatologista e coordenadora do setor de cirurgias do Hospital SMH, Rosana Pinto:
“Levar em consideração todas as possíveis causas – que serão identificadas pelo especialista nas consultas iniciais – é a chave para o tratamento eficaz, pois elas serão tratadas em sua essência. A cirurgia bariátrica representa um enorme avanço para a medicina e é indicada para um número grande de pacientes obesos, entretanto, o resultado satisfatório está diretamente ligado aos cuidados no pré e pós-operatório, o que se traduz no acompanhamento multidisciplinar”, explica Rosana.
O gastroenterologista irá identificar quais especialistas, entre eles endocrinologista, psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista e cardiologista, por exemplo, deverão fazer parte da rede de apoio identificada como necessária para cada caso. No Hospital SMH, duas equipes independentes de cirurgiões bariátricos atuam no projeto: a do dr. Carlos Manuel Pereira e a do dr. José Pina.
“A obesidade reduz a qualidade e o tempo de vida, afeta diretamente a autoestima e tem grande risco de outras doenças associadas. O paciente deve iniciar o tratamento o quanto antes para evitar o agravamento do quadro e suas consequências. Com a videolaparoscopia o paciente não sente dor no pós-operatório. É muito mais preocupante permanecer obeso do que se submeter à intervenção para a colocação do balão gástrico”, pontua o cirurgião bariátrico José Pina, que é titular e especialista na Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).
O também cirurgião bariátrico e membro da SBCBM Marcos Fernandes, que integra a equipe do dr. Carlos Manuel, explica que a comorbidade é dividida em graus através do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). A obesidade mórbida é a forma mais grave do problema e quando, geralmente, há indicação cirúrgica.
“Há fatores, avaliados pelo cirurgião, que tornam o paciente um indicado a passar pelo procedimento. Em média, o IMC acima de 35, acompanhado de comorbidades associadas (como hipertensão e diabetes), e o IMC acima de 40 representam quadros onde a recomendação pela intervenção cirúrgica é feita”, esclarece o dr. Marcos Fernandes, destacando que cada caso é analisado individualmente.
Para que o tratamento multidisciplinar ocorra com plenitude, os médicos buscam facilitar ao máximo o caminho para que o paciente consiga realizar todos os atendimentos com a cobertura do plano de saúde.
“O Hospital SMH cuida do paciente obeso em toda a sua diversidade e com a sensibilidade que o tema exige. Promover saúde, e não apenas tratar e prevenir doenças. É o que fazemos”, pontua o diretor executivo operacional da unidade hospitalar, Fernando Baena.
Postar um comentário
Gostou da matéria? Deixe seu comentário ou sugestão.