Especialista da Medicina da Dor alerta para os prejuízos sociais e econômicos do quadro que pode tornar o paciente incapacitado para o trabalho
Quem sente dores fortes todos os dias sabe o peso do sofrimento que carrega. Entre 30 e 40% da população do nosso país fazem parte deste grupo, de acordo com a Sociedade Brasileira de Estudo da Dor. Apesar de parecer algo sem solução, há terapias específicas para pacientes com quadro de dor crônica, que se caracteriza pela intensidade e persistência. As muitas alternativas são trabalhadas no setor de Medicina da Dor do Hospital SMH – Beneficência Portuguesa de Petrópolis.
Os relatos são de dores que não cessam, mesmo após a busca por “todos os tipos de tratamentos possíveis”. O médico anestesista e especialista em dor pelo Instituto Albert Einstein, Marcus Malaquias, responsável pela nova especialidade implementada no Hospital SMH, explica que, até pouco tempo atrás, muitos casos de dores agudas e insistentes ficavam sem solução, mesmo quando as causas do incômodo eram conhecidas.
“Ao tratar o caso como uma dor crônica, utilizamos recursos menos convencionais, desde medicações até intervenções mais invasivas. O primeiro contato é feito em consultório, para que o paciente faça o relato da sua história e dos métodos usados anteriormente”, explica o especialista. O resultado é uma redução do nível de desconforto de 100% para 30%, em média.
Por ter um conhecimento profundo da simbologia (origem e fatores que podem estar relacionados ao quadro, como causas secundárias) da dor, o especialista nesta área geralmente é procurado depois que os tratamentos convencionais já foram experimentados. Marcus Malaquias ressalta a importância de se buscar ajuda, e não adotar uma postura de convivência e aceitação da dor crônica.
“A dor afeta a qualidade de vida das pessoas, causando prejuízos físicos, emocionais, familiares, sociais e econômicos. O paciente, muitas vezes, chega a acreditar que não há solução. Cada situação é única e deve ser investigada em sua essência. O tratamento da dor crônica traz alívio e pode, inclusive, resultar na cura definitiva”, esclarece o especialista.
A nova especialidade, implementada no Hospital SMH – Beneficência Portuguesa de Petrópolis no segundo semestre de 2021, faz parte do cronograma de expansão da instituição com foco em pacientes que tiveram seus quadros agravados durante a pandemia. São pessoas com problemas não relacionados à Covid-19, que deixaram de se cuidar ou não tiveram acesso ao tratamento adequado. O diretor executivo operacional do hospital, Fernando Baena, ressalta que estas e outras comorbidades não deixaram de existir e, agora, mais do que nunca, precisam da atenção necessária.
“Ao implementar a Medicina da Dor, o Hospital SMH cumpre o seu compromisso de investir em ações que afetam positivamente a saúde da região, interferindo não apenas diretamente na vida dos pacientes, mas, também, na Saúde Pública”, explica Baena, que cita como exemplo os R$ 170 milhões pagos pelo Governo Federal por mês a 490 mil beneficiários de auxílio-doença, segundo dados da Previdência Social, já que a dor crônica está entre as patologias que podem levar o indivíduo à incapacidade de trabalhar.
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