Doenças cardiovasculares estão entre as maiores causas de mortes no Brasil e foram agravadas durante a pandemia
Após um longo período de enfrentamento de grandes desafios causados pela
pandemia, o Hospital SMH - Beneficência Portuguesa de Petrópolis inaugura nesta
segunda-feira, dia 15 de novembro, a nova Unidade de Terapia Intensiva Neuro
Cardiovascular. Dentre os reflexos gerados pela redução significativa no número
de casos e mortes por coronavírus, está o retorno aos hospitais de pacientes
com quadros agudos ou crônicos, como os que sofrem de doenças que afetam o
coração e os vasos sanguíneos. A Unidade Neuro Cardiovascular representa mais
segurança e eficiência no acompanhamento destes quadros, que estão entre as
principais causas de morte no país e exigem uma monitorização especializada.
A equipe da Unidade Neuro Cardiovascular é diferenciada, com suporte 24 horas,
todos os dias e capacidade de atendimento a pacientes com maior complexidade,
como os que apresentam quadro de arritmia, angina, infarto, aneurisma,
miocardite, hipertensão arterial, entre outros. A cardiologista Michele
Palmeira Reisky, coordenadora da nova UTI, afirma que "a unidade foi
planejada para agregar qualidade e eficiência aos pacientes cardiovasculares da
nossa cidade e da região. Um CTI especializado, com equipe treinada para
atender esses pacientes, especificamente, faz toda a diferença na evolução do
tratamento da doença, visto que são pacientes que necessitam de diagnóstico e
intervenção assertivos e imediatos”.
A Unidade conta com o apoio de moderno Centro de Hemodinâmica, coordenado pelo cardiologista intervencionista Luiz Kohn e pelo também especialista Edgard Quintella, que explica a importância da agilidade e a expertise dos profissionais envolvidos como fatores decisivos em casos de doenças cardiovasculares graves e complexas.
"Tecnicamente, a UTI especializada tem uma equipe médica totalmente voltada para este tipo de diagnóstico. Trata-se de um paciente mais 'dinâmico', que precisa de monitorização mais intensa, já que as intercorrências são mais rápidas e agudas. Isso vale tanto para o atendimento primário, quanto para o avançado, melhorando as condições no pós-operatório, por exemplo", detalha Quintella.
O diretor executivo operacional do Hospital SMH - Beneficência Portuguesa de Petrópolis, Fernando Baena, acrescenta que a nova UTI está alinhada à necessidade de acompanhar a mudança no perfil dos atendimentos, percebida nas últimas semanas, por conta da gradativa melhora nos números de infectados pela Covid-19. São pessoas que tiveram seus quadros agravados e agora voltaram a frequentar clínicas e hospitais. Outras seguiram estáveis, mas, precisam atualizar suas consultas e exames; procedimentos que deixaram de ser feitos devido ao medo da contaminação.
"São casos que nunca deixaram de existir, afinal, a condição clínica não
melhora porque surgiu uma pandemia. Ao contrário disso, as doenças
cardiovasculares causaram ainda mais mortes em 2020 e este ano, em comparação
com anos anteriores. Um dos motivos é que algumas pessoas pararam de monitorar
a sua saúde. Isso não muda o fato dos problemas que afetam o coração e o
sistema vascular estarem entre os que mais matam", destaca Baena,
acrescentando que essas doenças representam 30% das mortes no Brasil, de acordo
com a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
O espaço possui infraestrutura moderna e exclusiva para os pacientes
cardiovasculares, além de equipamentos de última geração e corpo clínico
altamente qualificada, incluindo a equipe de Cirurgia Vascular, coordenada pelo
cirurgião Tiago Coutas, e a de Cirurgia Cardíaca, coordenada pelo cirurgião
Nelson Berg. O neurocirurgião e diretor geral do Hospital SMH - Beneficência
Portuguesa de Petrópolis, Valter José Sillero, considera a implantação do novo
serviço uma conquista para a cidade e toda a região.
"Quando idealizamos algo deste tipo, pensamos nas famílias que vão vir a
precisar desta estrutura. Pensamos em como é bom saber que temos suporte,
dentro da nossa própria cidade, para casos complexos, que causam aflição ao
paciente e a seus familiares, desafiam o corpo clínico e exigem alto grau de
capacitação. O objetivo é dar sempre o nosso melhor para quem já passa por
situações tão delicadas, especialmente depois do período caótico que
vivemos", afirma Sillero, que acredita em dias melhores se todos continuarem
colaborando e mantendo as medidas preventivas.
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