Pacientes voltaram a procurar o setor de Urgência e a fazer o acompanhamento de doenças crônicas, como as cardiopatias

 

Nenhuma pessoa sai ilesa de uma pandemia, mas, algumas são mais afetadas do que outras. É o caso de quem perdeu parentes ou amigos queridos, e também de quem, por medo, negligenciou os cuidados com a própria saúde. Com a queda substancial no número de mortes e internações por Coronavírus, a mudança no perfil dos pacientes que buscam hoje a urgência, o ambulatório e as intervenções cirúrgicas é evidente no Hospital SMH – Beneficência Portuguesa de Petrópolis.

 

Pacientes com doenças crônicas ou quadros agudos, como cardíacos, renais, oncológicos e neurológicos, não podem suspender o tratamento. Mas, muitas dessas pessoas deixaram de ir aos consultórios, de fazer exames regulares e, especialmente, de recorrer ao setor de Emergência dos hospitais diante de um mal-estar. O médico emergencista Breno Francisco de Souza, responsável pelo setor de Urgência e Emergência do Hospital SMH – Beneficência Portuguesa de Petrópolis, que esteve na linha de frente durante todo o período crítico da pandemia, percebe, agora, o retorno desses pacientes.

 

“Isso fica claro quando mantemos uma demanda grande de trabalho, que não tem mais, em sua maioria, relação com a contaminação pelo Coronavírus. Muita gente chega aqui sem ter feito sequer um único exame no último ano. São indivíduos com patologias crônicas, que tiveram os seus quadros agravados e que não podem, nem devem mais esperar para retomar o tratamento integralmente”, ressalta o especialista.

 

O diretor executivo operacional do Hospital SMH – Beneficência Portuguesa de Petrópolis, Fernando Baena, acrescenta que há ainda os prejuízos emocionais, que atingiram uma parte significativa da população por conta dos efeitos da pandemia. Para ele, essas pessoas e também as que acabaram negligenciando a saúde física, precisam colocar “em dia” seus cuidados.

 

“Sabemos que passamos por momentos muito delicados, mas, doenças como as que afetam o coração, por exemplo, não deixaram de existir durante este período. Ao invés disso, elas se agravaram, seja pela suspensão do acompanhamento e realização de procedimentos, seja pelo seu curso natural. Estamos e sempre estivemos preparados para acolher estas pessoas, e ficamos aliviados em perceber que elas estão, novamente, buscando ajuda”, afirma o diretor.

 

Breno Francisco e Fernando Baena lembram que a pandemia está em uma fase de maior controle, porém, não acabou. Entretanto, a retomada, acompanhada das medidas preventivas, como o uso de máscaras, o distanciamento e a higiene pessoal, é necessária e positiva para que a população volte a ter qualidade de vida e para que não continue adoecendo, física ou psicologicamente.

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