Dr. Daniel Przybysz |
“Todo mundo já foi ou será impactado de alguma forma pelo câncer”. Apesar de
assustadora, a afirmação faz todo o sentido, uma vez que todos nós conhecemos
alguém que já tenha enfrentado a doença. Mesmo diante do medo de muitos e uma
série de tabus, o mês marca a conscientização mundial da doença, comemorada na
última sexta-feira (04/02), além da luta internacional do câncer infantil e a
leucemia.
As neoplasias malignas podem atingir homens e mulheres em diversas regiões do
corpo. São mais de cem tipos de câncer, que podem se espalhar por todo o
organismo. Caracterizado principalmente pelo crescimento desordenado de
células, que podem invadir tecidos adjacentes ou órgãos à distância, a doença
causa uma divisão celular extremamente rápida, determinando a formação de
tumores que podem espalhar-se para outras regiões do corpo.
“Para nós que trabalhamos com oncologia, o mês de fevereiro, com celebrações
que ocorrem em todo o mundo, tem grande importância. Principalmente para que
seja trabalhada a importância do diagnóstico precoce, acompanhamento médico e
de hábitos saudáveis, como evitar o tabagismo e alcoolismo, além de atividades
que chamamos de ambientais que podem ser prejudiciais à saúde”, explica o Rádio
oncologista, Daniel Przybysz, responsável técnico da Radioserra, Centro
Regional de Radioterapia.
Ainda neste mês, no próximo dia 15, o alerta fica por conta dos cânceres
infantis. A data marca uma luta internacional e foi criada em 2002 pela
Childhood Cancer International(CCI), simbolizando uma campanha para
conscientizar e expressar apoio às crianças e adolescentes com câncer, aos
sobreviventes e suas famílias. A cada ano, mais de 300.000 crianças com idades
entre 0 e 19 anos recebem o diagnóstico, em todo o mundo. A Organização Mundial
da Saúde (OMS), tem como objetivo fazer com que esse tipo de câncer seja uma
prioridade nacional e global, a fim de alcançar pelo menos 60% de
sobrevivência. Atualmente os dados apontam que a cada 3 minutos, uma criança
morre de câncer no mundo.
Fevereiro também marca uma campanha que trata a respeito da leucemia, usando a
cor laranja para chamar a atenção. Atualmente, a doença ocupa a nona posição
nos tipos de câncer mais comuns em homens e a 11ª em mulheres. Dados do
Instituto Nacional de Câncer (InCA) apontam que, para cada ano do triênio
2020-2022, serão diagnosticados, no Brasil, mais de 10 mil casos novos de
leucemia, sendo 5.920 em homens e 4.890 em mulheres.
A doença que está intimamente ligada aos glóbulos brancos, tem como principal
característica o acúmulo de células doentes na medula óssea. Apesar dos casos
serem muito comuns, não são facilmente detectados já que a leucemia não dá
sinais como nódulos ou tumores. O diagnóstico só é possível através de exames
laboratoriais.
“A leucemia que mais nos preocupa é a que acomete as crianças, que acabam sendo
mais vulneráveis. Geralmente os pais são quem percebem e procuram os
especialistas para verificar se há algum problema. Quanto antes o diagnóstico é
feito e consequentemente o tratamento se inicia, sempre é maior a chance de
cura, menor toxicidade, efeitos colaterais e redução de impactos na vida, de
forma geral. Uma consulta, uma conversa com um médico e até exames diferentes
aos quais às vezes não fomos submetidos, podem trazer esse alerta em casos
potenciais de câncer e consequentemente, proporciona um melhor resultado
durante o período de tratamento”, pontua Daniel.
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