Saulo von Seehausen (Foto: Camila Sanchez)


Saudade vai de Jorge Ben Jor a Tim Maia em arranjos inspirados por Lincoln Olivetti e músicas dançantes e esperançosas no seu segundo disco, “bem vindo, amanhecer”. O artista mescla referências vintage com abordagem e sonoridade atuais, oferecendo o frescor de um novo olhar para a MPB. Composto no auge da pandemia, o disco entrega no título a vontade de sair para viver intensamente a vida lá fora e de celebração do fim de uma longa noite. 


Uma sequência de singles revelou os novos caminhos de saudade neste segundo trabalho. Depois do disco de estreia, “jardim entre os ouvidos”, a sonoridade deu uma guinada mais intencional para a música brasileira, incorporando arranjos de metais aos sintetizadores, as influências da MPB setentista a beats e guitarras. O resultado é um caleidoscópio sonoro que abraça as contradições para criar uma musicalidade plural e versátil. O que poderia soar anacrônico se torna uma transição natural nas mãos de um artista que compreende sua identidade.


O projeto saudade é solo do cantor, compositor e multi instrumentista petropolitano Saulo von Seehausen. Seu DNA sonoro reúne influências múltiplas, da música brasileira ao indie, do pop ao tropical. Nesta nova coleção de canções, saudade incorpora mais elementos da MPB, ora se conectando ao soul brasileiro, ora ganhando contornos da bossa nova, sem perder um olhar contemporâneo sobre a sua sonoridade. 

Entre o dançante e o melancólico, saudade reflete sobre o cotidiano de uma forma poética. Não por acaso, o projeto foi nomeado pela palavra em Português sem paralelos em outras línguas, entregando sua conexão com ritmos da nossa música. saudade mescla a potência percussiva brasileira com elementos melódicos como o piano, e eletrônicos. O resultado é uma sonoridade única que já ganhou elogios de nomes como Guilherme Arantes e levou o músico por turnês nos EUA em 2018 e 2019. No ano seguinte, viria o primeiro disco, “jardim entre os ouvidos”. 


Além dos singles já revelados - a faixa-título, “interação mente-matéria” (com Bibi Caetano) e “o caminho que há em mim” (feat. Lorena Chaves) -, o álbum expande o conceito de “bem vindo, amanhecer”. saudade se vira “do avesso”, busca a “coerência coração-mente” (com Lio, da banda Tuyo), celebra o “camisa 10” (com os instrumentistas Breno Morais, Jorge Amorim e Rodrigo D’Ávila) e conclui: “ah, que maravilha!” (feat. Rebeca Sauwen), “se for pra ir contigo, eu vou”, “maria comprida”. 


As canções de “bem vindo, amanhecer” ousam ver a luz no fim do túnel, indo do amor próprio ao romântico, passando por dias de sol à beira mar, pela idealização dos sonhos, por conceitos científicos que explicam a forma como lidamos com a mente e o coração. As letras são marcadas pela candura e pela sinceridade já inerentes ao projeto, agora amadurecidas pela estrada.


Inaugurando uma nova fase criativa, saudade completa essa narrativa em um trabalho ao mesmo tempo nostálgico e ansioso pelo caminho a seguir. O disco está disponível nas principais plataformas de música.

  

 

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