Dr.Antonio Luiz Chaves Gonçalves / Foto: Divulgação


Pacientes com cânceres hematológicos, tumores sólidos avançados e esquemas intensos de quimioterapia devem redobrar a atenção com o vírus Monkeypox, causador da varíola dos macacos, alerta o infectologista do Centro de Terapia Oncológica (CTO), Antonio Luiz Chaves Gonçalves. O motivo é que a imunidade do paciente em tratamento oncológico é alterada e, por isso, ele fica mais propenso a complicações de doenças infecciosas. O primeiro caso da Monkeypox em Petrópolis foi divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde neste sábado (20).



O alerta de prevenção para pacientes oncológicos surge em meio às notícias sobre a propagação da doença entre os brasileiros e a confirmação de que a primeira morte pela Monkeypox ocorreu em paciente de 41 anos, que lutava contra o câncer. De acordo com o Ministério da Saúde, a causa do óbito foi um choque séptico agravado pela doença.



“É importante ficar atento aos cuidados. Evitar o contato próximo com pessoas que estejam em suspeita da infecção; não compartilhar objetos pessoais, incluindo roupas de cama e toalhas e limitar o número de parceiros sexuais”, explica o infectologista, acrescentando que o que se sabe até agora é que o maior risco de transmissão ocorre por contatos íntimos prolongados, como pelo ato sexual.



Os primeiros sintomas da Monkeypox são muito semelhantes a uma virose comum, como febre, dores de cabeça e gânglios aumentados, por exemplo, e o período de incubação varia de cinco a 21 dias. Somente depois que aparecem as lesões na pele. Segundo Antonio Luiz, tanto o pûs das lesões quanto a casca já no período de cicatrização possuem alta carga viral.



No Brasil ainda não há vacinas contra a doença, mas a expectativa é que 20 mil doses de imunizantes cheguem ao país até o final deste mês de agosto e 30 mil no começo de setembro.



Neste primeiro momento, apenas profissionais de saúde que manipulam as amostras recolhidas de pacientes e pessoas que tiveram contato direto com doentes serão vacinados. O esquema de vacinação será feito em duas doses, com intervalo de 30 dias entre elas. Informações iniciais dão conta de que não haverá vacinação em massa.



“Ainda há muita indefinição sobre o assunto, e os especialistas correm contra o tempo para trazer mais dados que auxiliem no combate e tratamento à doença, mas o que já se sabe é que os cuidados com a prevenção é a melhor forma de ficar longe da doença. Então a pessoa em tratamento oncológico deve tomar todos os cuidados porque tem a imunidade reduzida e a barreira linfática pode não conter a doença e a infecção pode se desenvolver mais gravemente”, finaliza Antonio.



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