FOTO: ILUSTRAÇÃO


O Brasil é considerado, pela OMS (Organização Mundial de Saúde), como o país mais ansioso do mundo. A estimativa era que, antes da pandemia do coronavírus, o país tinha aproximadamente 9,3% da população ansiosa, o equivalente a cerca de 19,4 milhões.

 

Com a pandemia, os períodos de luto e isolamento social, a situação só piorou. Conforme a OMS, somente no primeiro ano da pandemia, as taxas de depressão e ansiedade subiram 25%, o que fez a agência da ONU (Organização das Nações Unidas) pedir, neste ano, aos governos que atentem-se à saúde mental da população.

 

A psicóloga e docente do curso de Psicologia da Estácio, Ana Carolina H. Ermisdorff esclarece que a ansiedade é uma emoção comum, natural no desenvolvimento e no modo de ser humano. Assim como as outras emoções, ela tem uma função na vida e no desenvolvimento do indivíduo.

 

“Uma das funções surge quando estamos tendo ideia de ameaça em relação a alguma situação ou pessoa. Por exemplo, muitas vezes, o estudante se sente muito ansioso quando vai apresentar um trabalho. A ansiedade, neste caso, pode atuar no papel protetivo. Ou seja, faz com que este estudante se prepare mais, treine para a apresentação, leia mais sobre o tema”, explica.

 

Ainda que seja algo natural e com uma função, a ansiedade, em certas situações, ultrapassa o nível considerado ideal. Ana Carolina Ermisdorff explica que é necessário observar e atentar-se a três pontos: a intensidade com que a ansiedade surge, a frequência com que acontece e se está causando algum prejuízo, seja profissional ou pessoal.

 

“Precisamos observar com qual intensidade ela surge, se é algo que tem ocorrido toda semana, quase todos dias, se tem deixado de fazer coisas que, naturalmente, se espera que seja feito. De alguma forma, a ansiedade está fazendo com que desmarque compromissos ou busque o isolamento? São situações que precisam ser analisadas”, explica a psicóloga.

 

A ansiedade pode levar o indivíduo a viver em intensa ameaça, o que pode fazê-lo fugir de atividades corriqueiras. “Quando mais intensa a ansiedade fica, mais frequentemente o indivíduo acaba tendo comportamentos que podem levar a certo isolamento”, pontua Ana Carolina.

 

Em alguns casos, a ansiedade pode provocar coração acelerado, falta de ar, sudorese, desconforto abdominal. “São sintomas físicos que acompanham o indivíduo quando está muito ansioso. Os sintomas de ansiedade acabam se intensificando de forma que a pessoa fique mais preocupada”, explica a psicóloga.

 

Ana Carolina Ermisdorff indica que, nestes casos, o indivíduo utilize técnicas de respiração. A diafragmática é a mais indicada e pode ser feita quantas vezes for necessário para conseguir relaxar. Outra técnica que pode ser usada é a do relaxamento muscular progressivo. A partir da contração e soltura dos músculos, o indivíduo consegue ter a sensação de relaxamento imediato.

 

A professora da Estácio pontua, porém, que, se os episódios se tornam frequentes e intensos, a orientação é procurar ajuda profissional. “Encaminhamos para um profissional da Psicologia para tentar entender e ajudar com técnicas específicas, além do processo terapêutico, para que a pessoa possa ter um certo controle emocional em situações necessárias”, garante.

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