Quimioterapia / Foto: Reprodução |
O tratamento do câncer de mama pode ter variadas opções dependendo do estágio dos tumores. Por isso, o diagnóstico precoce é tão importante e reforçado mundialmente ao longo do mês de outubro. Mas para entender melhor sobre como podem ser aplicadas estas alternativas é importante saber sobre cada um deles e quais são as suas potencialidades diante da doença.
“O passar dos anos trouxe diversos avanços significativos em relação ao câncer de mama. Principalmente em relação às cirurgias que acabam sendo menos invasivas e também as variadas possibilidades de tratamento individualizadas, que seguem o estadiamento da doença, condições do paciente, como faixa etária e ciclo hormonal. Quando há o diagnóstico precoce, as chances de cura são maiores. Já quando há metástase, que é a doença espalhada em várias regiões do corpo, o objetivo dos métodos utilizados é melhorar a qualidade de vida daquele paciente”, explica o médico Radio-Oncologista, Dr. Daniel Pryzbysz, responsável técnico da RadioSerra – Centro Regional de Radioterapia, em Petrópolis.
De acordo com o especialista, o câncer de mama tem, em boa parte dos casos, intervenções cirúrgicas que podem ser parciais ou totais. Caso haja a necessidade de realizar a quimioterapia antes do procedimento, o objetivo é diminuir o tumor e retirar o mínimo possível das mamas. Nestes casos é realizada a quimio neo adjuvante. Sempre que houver uma remoção parcial, a Radioterapia será necessária, para tratar a glândula de forma única e cessar o avanço do tumor. Em alguns casos específicos são necessárias a remoção da mama por inteiro e até um esvaziamento da axila, drenando essa região para onde também podem se espalhar os tumores.
“De toda forma, o paciente deve ser avaliado individualmente, para que seja tratado da forma correta. Hoje existem testes moleculares onde se fazem análises imuno-histoquímicas, um exame muito útil na avaliação confirmatória de um determinado diagnóstico, especialmente na rotina oncológica. Eles auxiliam a entender melhor sobre o estágio da doença e sobre os tratamentos que podem ser usados, como imunoterapia, quimioterapia e terapia alvo. A Radioterapia também é muito importante nesse cenário. Cerca de 80 a 90% dos pacientes vão utilizar a técnica. Os índices de recorrência, ou seja, taxa de retorno do câncer são quase 0, o que prova uma taxa de cura ainda maior. O tratamento também pode ser feito como paliativo, para metástases, em casos em que o câncer está mais invasivo. Nestes casos ele auxilia a reduzir os impactos de sangramentos e lesões provocadas pelos tumores”, detalha o médico.
Dr. Daniel Pryzbysz |
Confira os principais tratamentos disponíveis:
- Hormonioterapia: Alguns tipos de câncer de mama são estimulados por hormônios sexuais femininos. A terapia endócrina consiste em impedir a atuação dos hormônios sobre os receptores, quando estes estão presentes nas células tumorais. Não é indicado para todos os casos e tipos de câncer.
- Quimioterapia: Este tipo de terapia consiste na aplicação de remédios por via oral que tem a função de impedir o crescimento desordenado das células anormais. O tratamento pode durar de quatro a seis meses quando é administrado como prevenção da recidiva após a cirurgia, e administrado sem limite de tempo quando há metástases.
- Radioterapia: o tratamento utiliza a radiação ionizante aplicada diretamente no local onde se localizava o tumor a fim de eliminar ou impedir a propagação das células que formam o câncer. O procedimento é simples e dura alguns minutos por aplicação. São necessárias mais de uma aplicação. O número exato e a periodicidade são variáveis para cada situação clínica.
- Cirurgia: tem por objetivo a retirada do tumor primário e, eventualmente, dos linfonodos axilares, quando isso se faz necessário. O objetivo é que as margens de ressecção estejam livres de doenças. Dessa forma, a extensão da cirurgia vai depender da região afetada e do tamanho do tumor a ser retirado e do volume das mamas. Quando é realizada a quadrantectomia, são retiradas apenas as partes da mama, em que há presença de tumor.
- Terapia-alvo: também chamada de tratamento de precisão, corresponde a um tratamento personalizado de acordo com o tipo de câncer da paciente. Para indicar a terapia-alvo mais precisa, o médico deve identificar os tipos de proteínas que as células cancerosas apresentam, os tipos de mutações e suas extensões. Nos casos de câncer de mama, também é necessário saber, por meio de biópsia, se as células cancerosas apresentam receptores hormonais e o receptor HER2. É importante que a paciente se informe com o seu médico para ter ciência da classificação correta da doença e saber se já existe terapia-alvo específica para o seu tipo de câncer.
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