Dra. Ana Luiza Aleixo |
O mês de outubro marca também a luta pela importância do diagnóstico precoce de doenças oculares para evitar a cegueira. Comemorado sempre na segunda quinta-feira do mês, o Dia Mundial da Visão, traz o alerta sobre a importância do diagnóstico precoce para evitar casos de cegueira. Segundo dados da pesquisa nacional de saúde, a PNS 2019, mais de 6,9 milhão de brasileiros enfrentam algum tipo de dificuldade visual.
Entre as principais causadoras da perda de visão, estão doenças como a catarata, o glaucoma, ou diabetes, além da Degeneração Macular Relacionada à Idade e erros refrativos. Por isso é tão importante que as visitas regulares ao oftalmologista que pode ter a percepção de que algo pode estar errado, auxiliem no diagnóstico precoce de doenças que às vezes inicial de forma silenciosa. A médica oftalmologista Ana Luísa Quintella Aleixo, responsável pela Oftalmo Clinica de Petrópolis, reforça que em muitos casos, quando o diagnóstico da patologia é feito no início, a visão pode ser preservada.
“Estima-se que atualmente existam cerca de 40 milhões de cegos no mundo e outros 220 milhões de deficientes visuais. O diagnóstico precoce permite muitas vezes o tratamento e prevenção da perda visual. Tudo vai depender da doença e em que fase foi diagnosticada. A catarata, por exemplo, é tratada exclusivamente com cirurgia. Já o glaucoma, pode ser tratado apenas com colírios, mas também pode ser necessário laser, cirurgia tradicional ou implante de nanotecnologia. Cada caso precisa ser avaliado de forma individualizada e com acompanhamento médico”, detalha.
A catarata é uma doença que causa turvação, ou seja, embaçamento da visão, de forma lenta e progressiva. Quando acomete os seres humanos, pode causar visão dupla, desfocada e alterações das cores. Quando descoberta de forma precoce, pode ser tratada com microincisões e uso de facoemulsificação ou laser. “No procedimento acontece a troca do cristalino natural opaco por uma lente artificial. A cirurgia avançou muito nos últimos anos e as lentes intraoculares também. Hoje existem lentes premium que são capazes de corrigir astigmatismo e presbiopia, dando ao paciente a possibilidade de ter independência dos óculos”, explica a Oftalmologista.
Outra doença que pode levar à perda severa de visão é o glaucoma, que geralmente atinge é comum em pacientes com mais de 40 anos. “Qualquer pessoa pode desenvolver glaucoma, mas quem tem história familiar, míopes, e afro descendentes tem mais risco. A doença está relacionada diretamente à medida de pressão e análise do nervoso óptico realizados na consulta. Para confirmar e acompanhar o tratamento, são necessários exame mais aprofundados como campo visual, gonioscopia, paquimetria de córnea, OCT e retinografia. A solução é o tratamento e acompanhamento rigoroso, pois há como prevenir a perda visual do glaucoma com tratamento precoce”, pontua a Drª Ana Luísa, que também é pesquisadora da Fiocruz no Rio de Janeiro, há mais de 20 anos.
O acompanhamento com médico oftalmologista dá ao paciente a possibilidade de conseguir descobrir essas doenças e poder tratar da forma adequada. Por isso o alerta dos especialistas é de que pelo menos uma vez ao ano, sejam realizadas consultas regulares.
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