Dra. Ana Luisa Quintella Aleixo |
O alerta sobre a saúde ocular de pacientes diagnosticados com diabetes, deve ser mantido durante todo o ano. A doença que provoca a elevação do nível de açúcar no sangue, pode causar complicações em variados órgãos, e também obstruções na circulação da retina, hemorragias, catarata e até o descolamento. Por isso movimentos ocorrem durante todo o ano, no intuito de sensibilizar e conscientizar da importância do acompanhamento médico, como foi realizado na Campanha 24h pelo Diabetes, realizada no último sábado (26).
De acordo com a oftalmologista Ana Luisa Quintella Aleixo, pesquisadora da Fiocruz e Diretora Técnica de uma Clínica de Petrópolis, a doença pode trazer como complicação grave, a perda de visão que se reúne a uma série de lesões que ameaçam a saúde do paciente.
“O diabetes mal controlado pode afetar os micro vasos do organismo, inclusive os da retina, o que pode levar a lesões graves e ameaçadoras à visão. Retinopatia, catarata, glaucoma ou infecções, podem causar problemas até mesmo irreversíveis se não forem tratados. No caso do glaucoma relacionado ao diabetes por exemplo, há um dano à região que drena o fluido que preenche a parte da frente do olho e se não há drenagem adequada desse fluido, a pressão dentro do olho sobe, causando a lesão do nervo óptico”, explica.
Outro problema que pode surgir é a Retinopatia diabética, doença que acomete pacientes diagnosticados com o alto nível de açúcar no sangue, provocando o adoecimento dos pequenos vasos da retina e causando baixo fluxo do sangue que é necessário para levar oxigênio e nutrientes para as suas células.
“Nesse caso, a retina que está em sofrimento reage produzindo uma série de fatores que aumentam ainda mais o dano ao tecido. Surgem vasos anormais, que tem permeabilidade anômala, edema da retina que é a região responsável pela visão central e de detalhes, fibroses, tração e até o descolamento de retina”, detalha a oftalmologista.
Essas alterações podem ser diagnosticadas com um exame de fundo de olho e complementadas com o OCT, que é a tomografia de retina feita com laser, além da angiografia. No tratamento das complicações oculares do diabetes na retina pode ser necessário laser, injeções intraoculares de antiangiogênicos e corticoide e cirurgia em casos extremos.
“O diagnóstico precoce da doença previne complicações. Por isso o diabético precisa controlar rigorosamente a glicose no sangue e fazer o fundo de olho todos os anos, mesmo que não tenha sintoma nenhum. Caso a glicemia não esteja controlada a recomendação é que o exame ocular seja repetido com intervalos de 4 a 6 meses. O controle clínico rigoroso da saúde do paciente é fundamental, assim como de outros fatores como colesterol alto e hipertensão arterial que agravam o quadro ocular e também precisam ser tratados”, pontua Ana Luisa.
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