O encerramento do semestre para as crianças do projeto social Pequena Tribo foi cercado de artes, dança, teatro, música e muita alegria. Eles encenaram para os pais e responsáveis a manifestação folclórica típica do litoral de Santa Catarina chamada “Boi de Mamão”. Com fantasias e vestimentas coloridas, os personagens da tradição ganharam vida na Escola Municipal Odette Young Monteiro, no Bonfim, em Petrópolis. E para tornar esse dia ainda mais especial, elas receberam a visita do pajé Busan, da tribo amazônica Shanenawa, que acompanhou de perto as apresentações e foi recebido com muita curiosidade pelas crianças.

 

O idealizador da Pequena Tribo, o professor tradicional de Vedanta, Jonas Masetti, explica que o projeto social oferece em Petrópolis ensino extracurricular, no contraturno escolar, para 40 crianças e busca o desenvolvimento de suas potencialidades através de vivências que resgatam a cultura dos povos originários. Todas as atividades são lúdicas e sensoriais e desenvolvidas a partir da contação de histórias de alguma cultura ou tradição.

 

“Fiquei com lágrimas nos olhos durante a apresentação. É o símbolo de um processo que elas viveram: o quanto elas construíram no dia a dia. Estou muito feliz e emocionado com o resultado desse projeto piloto. Nossa meta é fazer com que esse projeto se multiplique”, contou Masetti.

 

Com apenas dois meses de existência em Petrópolis, o trabalho já se consolidou na comunidade do Bonfim e colhe os frutos do que foi desenvolvido com as crianças.As transformações podem ser percebidas no comportamento delas. Isso porque as oficinas são práticas e trazem vários benefícios para a criançada.

 

Mudanças que vem sendo sentidas em casa pela Rosilene Guimarães, mãe de João Paulo. “Fico até emocionada. Mudou não só a vida dele. A minha também. O projeto pra mim é luz e trouxe pro meu filho uma alegria que contagia todos em casa. Tem sido muito transformador. No tempo ocioso dele era só televisão e celular, agora acabou isso”, ressaltou a mãe.

 




Como consequência do desenvolvimento das habilidades socioemocionais, é possível perceber a melhora da concentração e desempenho dos alunos no processo de aprendizagem. Sem falar que as vivências ainda desenvolvem nelas habilidades como criatividade, interação, imaginação, livre expressão, fortalecimento da autoestima e superação de limites.

 

Um caso emblemático na escola é o de uma criança com mudez seletiva. “Ela não falava com ninguém. Nós só sabíamos que ela se expressava verbalmente porque já tínhamos visto em um vídeo. Depois que começou a frequentar as aulas da Pequena Tribo, a criança começou a interagir com todo mundo. Agora está falando. Uma benção! Sem falar nas crianças com excesso de timidez que estão se desenvolvendo também. Estou encantada com os benefícios do projeto”, disse Liliane Costa, diretora da Escola Municipal Odette Young Monteiro.

 

“Já percebemos que as crianças conseguem se expressar muito melhor e ter mais controle emocional. Começamos sempre nosso dia com o ´sentimentômetro´, em que a criança diz o que ela está sentindo. Se está alegre, ou triste. Ou se está com raiva. No início eram poucas palavras. Elas nem conseguiram entender muito bem o que estavam sentindo. Agora conseguem formular melhor esses sentimentos e estão aprendendo a lidar com eles. E todas essas mudanças ficaram perceptíveis na apresentação de fim de ano. No início tínhamos muita dificuldade em fazer qualquer atividade. Qualquer roda simples, as crianças não conseguiam interagir e trabalhar em grupo de uma forma coesa e agora vimos isso funcionando muito bem. É gratificante”, finalizou Rodrigo Ribas, coordenador da Pequena Tribo.

 

A equipe pedagógica já começou o planejamento para 2023 e a expectativa é aumentar o número de bolsas de estudos. Para acompanhar as atividades da Pequena Tribo, basta seguir o projeto no Instagram @pequenatribo.

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