Entre 1° de janeiro e 11 de outubro de 2022, o Brasil registrou uma morte por dia entre crianças de 6 meses a 5 anos diagnosticadas com covid-19. No total, foram 314 óbitos nessa faixa etária no período.
Os dados analisados pela equipe do Observa Infância, iniciativa de divulgação
científica do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de
Petrópolis (UNIFASE/FMP) em parceria com a Fiocruz, são os mais recentes do
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e compreendem óbitos em que a
covid-19 foi a causa básica e aqueles em que a doença foi registrada como uma
das causas associadas.
Em 13 de julho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o
uso emergencial da Coronavac em crianças de 3 e 4 anos. Dois meses depois, em
16 de setembro, a Pfizer pediátrica foi aprovada pela agência para uso
emergencial em bebês e crianças de 6 meses a 4 anos. No entanto, a imunização
de crianças contra a covid-19 avança em ritmo lento no Brasil. Segundo dados do
Vacinômetro Covid-19 (Ministério da Saúde) analisados pelo Observa Infância em
28 de novembro, apenas 7 de cada 100 crianças de 3 e 4 anos receberam as duas
doses da vacina.
"Com vacinas disponíveis, podemos considerar a Covid-19 uma doença imunoprevenível. Isso significa que essas mortes podem ser evitadas com uma política pública de vacinação em massa", afirma a coordenadora do Observa Infância, pesquisadora e professora da UNIFASE/FMP, Patrícia Boccolini.
Do total de 5,9 milhões de crianças nessa faixa etária, somente 1.083.958
tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19, enquanto 403.858
completaram a imunização com a segunda dose.
Observa Infância
O Observatório de Saúde na Infância - Observa Infância é uma iniciativa de
divulgação científica para levar ao conhecimento da sociedade dados e
informações sobre a saúde de crianças de até 5 anos. O objetivo é ampliar o
acesso à informação qualificada e facilitar a compreensão sobre dados obtidos
junto a sistemas de informação nacionais. As evidências científicas trabalhadas
são resultado de investigações desenvolvidas pelos pesquisadores Patrícia e
Cristiano Boccolini no âmbito do Instituto de Comunicação e Informação
Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e do Centro Universitário
Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP), com
recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) e da Fundação Bill e Melinda Gates.
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