Há exato um ano, horas antes de tomar posse, o prefeito Rubens Bomtempo teve a sua primeira agenda na Defesa Civil. Foi o primeiro a chegar na sede da secretaria às 7h da manhã do dia 18 de dezembro de 2021, após uma madrugada de chuva intensa, bolsões d’água e alagamentos em Petrópolis.
“Deixamos a Prefeitura, em 2016, com uma grande ação de dragagem nos principais pontos do município. O abandono desse trabalho, somado à falta de ações básicas, como a limpeza de bueiros, deu a sua mostra e mostrou que teríamos muito trabalho pela frente”, afirmou o prefeito Bomtempo.
E o verão não deu trégua: no início de janeiro, uma semana após as festas de Réveillon, um novo temporal - desta vez, mais grave, com mais de 200 famílias desabrigadas ou desalojadas e quedas de barreira em toda a cidade. “Perdemos um ano de mandato devido a uma farsa. A Justiça repôs a verdade e impediu um golpe na vontade manifestada nas urnas, mas perdemos tempo e, quando chegamos, não tivemos transição. O caos no qual o município foi colocado nos últimos cinco anos, de forma irresponsável e criminosa, se manifestou muito rápido”, afirmou.
Em fevereiro e março, tudo isso se materializou com a maior catástrofe climática da cidade. Uma tragédia com 242 mortos que exigiu uma força-tarefa de uma prefeitura encontrada sem organização e praticamente falida - para se ter uma ideia, a Assistência Social foi encontrada pelo atual governo com apenas nove galões d’água e 40 colchonetes.
Mas não faltou esforço: cerca de 4 mil aluguéis sociais foram concedidos às famílias desabrigadas e a mobilidade urbana foi restabelecida. “Um grupo com funcionários de todas as secretarias estava na Prefeitura. Em um mês, iríamos desocupar todas as escolas que funcionaram como abrigo. E aí veio a catástrofe de março, que registrou a maior chuva da história de Petrópolis”, lembrou Bomtempo.
Mas como reconstruir a cidade se o déficit orçamentário chegava a quase R$ 200 mil mensais?
Mais uma vez, não faltou esforço e criatividade. Uma primeira leva de obras de estabelecimento foi executada. São mais de 40 intervenções, como a reconstrução das ruas Saldanha Marinho e Piabanha e o refazimento do leito dos rios dos corredores do Bingen e Barão do Rio Branco, recuperando a infraestrutura urbana.
A maior dragagem da história está sendo feita pela Prefeitura em parceria com o Inea, com dez frentes de trabalho simultâneas, algo inédito no município, incluindo a Coronel Veiga e a sua complexidade, por conta da calha estreita e a tubulação existente. Após cinco anos sem o serviço, mais de 7 mil bueiros foram limpos - e o trabalho continua do Meio da Serra até a Posse.
O município obteve linha de crédito de R$ 100 milhões junto à Caixa Econômica Federal. Os recursos, no entanto, chegaram recentemente, e só a partir daí o município pôde dar início às licitações para obras de reconstrução do Alto da Serra. Que estão para sair: as obras da área 1, entre o Hipershopping e a Hercilia Moret, começam nos próximos dias; e a licitação da área 2, da Hercilia Moret à Frei Leão, acontece ainda neste ano.
“Temos mais de 100 obras entre as já feitas, em andamento e em fase de licitação. A Prefeitura também viabilizou uma série de obras graças à recuperação das contas do município, após a Secretaria de Fazenda garantir um aumento na arrecadação da ordem de R$ 300 milhões sem onerar o contribuinte - após cinco anos de queda livre na arrecadação do ICMS”, lembrou o secretário de Obras, Ronaldo Ramos.
Além das obras, a Defesa Civil, que emitiu 13 mil laudos em um ano (o maior número da história), também fez o Plano de Contingência mais denso já registrado em Petrópolis, incluindo o Protocolo de Inundações – que conta com a implantação de um sistema de sirenes na Rua Coronel Veiga e no Centro; e a instalação de cancelas eletrônicas em 3 pontos (Ponte Fones, Duas Pontes e UPA Centro).
A atual gestão também criou o Conselho Municipal de Defesa Civil e instituiu o Fundo Municipal de Defesa Civil. Para se ter uma ideia, a gestão anterior orçou para 2022 cerca de R$ 200 mil para a Secretaria de Defesa Civil. Já para 2023, a atual gestão está orçando, somente para o Fundo de Defesa Civil, R$ 1,5 milhão – sem contar o orçamento da secretaria. O uso desse Fundo será decidido pelo Conselho, um fórum que reúne, no mesmo lugar, poder público e sociedade civil organizada.
Saúde de volta
Em 2022, o Hospital Alcides Carneiro mudou. Deixou de ser um cabide de emprego e voltou acertar um lugar que cuida de gente. Um lugar mais limpo, após a saída da terceirizada que não prestava o serviço adequadamente, e com atendimento mais digno. Hoje, o HAC está passando por uma ampla reforma e com novos equipamentos, garantindo conforto e qualidade no atendimento. E o Centro Cirúrgico, aberto também aos sábados, já realizou mais de 300 procedimentos, reduzindo a fila de espera.
“O cuidado está em tudo. Poltronas para acompanhantes, como nos hospitais particulares; enxoval novo; mutirão para reduzir filas de exames e cirurgias e ações simples, como o projeto Meu Primeira Foto, que mostra, na recepção, os filhotes de papais e mamães corujas cheios de orgulho”, lembrou o presidente do Sehac, Ricardo Patuléa.
E não foi só o Alcides Carneiro. A rede de saúde, encontrada em condições precárias, está sendo reconstruída. As UPAs do Centro e de Cascatinha e o Pronto Socorro Leônidas Sampaio, no Alto da Serra, precisaram passar por reformas, por conta das péssimas condições encontradas.
“Fizemos uma grande campanha incentivando a vacinação contra a covid, envolvendo a cidade. A rede de saúde suportou bem a pressão e não tivemos uma explosão de casos ou de mortes neste ano”, lembrou o secretário de Saúde, Marcus Curvelo.
Economia aquecida e eventos de volta
Se a reconstrução da cidade é um grande desafio, tirar Petrópolis da letargia dos últimos anos também é. E, mais uma vez, as respostas foram ações concretas: o Palácio de Cristal foi reaberto após dois anos fechado e os eventos, como a Bauernfest, voltaram.
“Em um ano como esse, qualquer um poderia usar as circunstâncias como desculpa. Mas tivemos coragem e realizamos as festas tradicionais da cidade. Para 2023, vamos ter tempo de pensar em uma modelagem mais adequada”, disse Bomtempo, lembrando que, mas gestões anteriores, festas como o Natal Imperial chegaram a ser investigadas em CPI por suspeita de superfaturamento. “Precisamos de uma estrutura profissional para estes eventos, mas respeitando o bolso do cidadão”, frisa a secretaria de Cultura, Diana Iliescu.
Dois anos depois, a volta às aulas, ao planejamento e à valorização do servidor
Em Petrópolis, a educação também teve marcos significativos neste primeiro ano de gestão. Foi o ano da volta plena às aulas, após dois anos de pandemia. E da retomada do planejamento para melhorar e ampliar o acesso ao ensino. Mais de 400 vagas para creches foram criadas.
O prefeito Bomtempo e a secretária de Educação, Adriana de Paula, foram a Sobral (CE) conhecer as políticas públicas da cidade que tem os melhores Índices de Educação Básica (Ideb) do Brasil. “Os indicadores de qualidade são fundamentais, e vamos trabalhar com essas métricas aqui”, disse Bomtempo.
O respeito ao servidor da Educação foi outra marca deste primeiro ano da nova gestão. O Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), que estava congelado, enfim foi colocado em dia. Todos os profissionais da Educação receberam abono, com valor total de R$ 15 milhões. E o time de educadores será reforçado em breve: o resultado do concurso público saiu nesta semana, com convocação imediata para mais 500 profissionais.
Reorganização administrativa
Quem já precisou protocolar algo na Prefeitura ou viu um processo administrativo sabe: a estrutura é arcaica e parou no tempo. Por isso, na primeira semana de governo, o prefeito Bomtempo determinou o fim do papel. E isso está em andamento: Petrópolis aderiu ao SEI - Sistema Eletrônico de Informações, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, usado por vários governos e instituições em todo o Brasil. “Já estamos treinando os nossos servidores. Muito em breve, teremos uma estrutura mais ágil, eficiente e transparente. Vamos andar na velocidade que o nosso tempo exige”, diz o secretário de Administração, Ramon Mello.
Uma estrutura melhor não apenas virtual, mas também física: no início de 2023, o Centro Administrativo sai da Barão do Rio Branco e vai para o Hipershopping Petrópolis, no coração do Alto da Serra. Um lugar novo, planejado exclusivamente para este fim. “Com isso também ajudamos a reconstruir economicamente o Alto da Serra, algo extremamente necessário. São centenas de funcionários que vão passar pelo bairro e consumir no comércio local diariamente”, lembra o prefeito Bomtempo.
Essas medidas mostram uma questão de honra para a atual gestão: o respeito ao servidor. Respeito materializado na retomada da valorização, com a reposição salarial de 6,2%. “Cuidamos das contas, colocamos a Prefeitura em dia e, agora, podemos cuidar das pessoas. Deu trabalho arrumar a casa, mas estamos olhando pra frente”, disse o secretário de Fazenda, Paulo Roberto Patuléa.
Uma cidade mais acolhedora e
inclusiva
Assistir às pessoas que mais precisam já era uma necessidade de uma cidade como Petrópolis, e isso ficou ainda mais acentuado após as catástrofes climáticas de fevereiro e março. Por isso, a atual gestão trabalha com um lema: não deixar ninguém para trás. Além dos alugueis sociais, a Prefeitura adquiriu eletrodomésticos para as famílias que perderam tudo com as chuvas, garantiu o auxílio de R$ 600 e operacionalizou a entrega dos cartões SuperaRJ e Recomeçar.
E, se Petrópolis precisa ser uma cidade cada vez mais resiliente, também precisa ser acolhedora. Por isso, a Prefeitura iniciou as reformas e obras de contenção no Núcleo de Integração Social (NIS, no Alto da Serra), que, em breve, será reaberto; e comprou um prédio na Rua Floriano Peixoto, no Centro, com 32 apartamentos, que funcionará como o primeiro abrigo público para pessoas em situação de vulnerabilidade. “Ninguém pode ficar para trás. Nossa gestão tem como prioridade colocar o cidadão em primeiro lugar”, destaca o secretário de Assistência Social, Fernando Araújo.
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