PETRÓPOLIS.  Neste domingo (4), é celebrado o Dia Mundial da Obesidade, doença que virou tema de destaque em grandes eventos ao redor do mundo, dada a sua gravidade. Um levantamento sobre o Atlas Mundial da Obesidade 2022, publicado pela Federação Mundial de Obesidade (World Obesity Federation), destaca que quase 30% da população adulta do Brasil será obesa em 2030. De acordo com a pesquisa, o Brasil aparece entre os onze países onde vive a metade das mulheres com obesidade e entre os nove com a metade da população masculina obesa.



Dentro deste cenário nacional e atento às necessidades da população, o Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP) deu início a um projeto de atenção às pessoas obesas no município. Em outubro de 2022, o Ambulatório de Obesidade iniciou as atividades para atender obesos graves, pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 40 Kg/m2.


“Durante os atendimentos realizados no serviço de nutrição do adulto/idoso do Ambulatório Escola, identificamos que mais da metade das pessoas atendidas tem obesidade, e destas, 33% com obesidade grave. Então, idealizamos um ambulatório que tivesse um olhar diferenciado para esta população. Adquirimos equipamentos capazes de realizar a avaliação antropométrica destes pacientes (balança, trenas, aparelho de bioimpedância) para prestar um atendimento humanizado e adequado. Ainda absorvemos uma demanda pequena, mas o olhar é de crescimento, dada a necessidade deste público. A meta é virar um serviço de referência no munícipio. Quando falo deste ambulatório, meu olho brilha, pois fico muito feliz de fazer parte deste projeto lindo, que ainda está em fase de desenvolvimento e expansão, mas que tem muito potencial e já está ajudando muitas pessoas”, explica a nutricionista Fernanda Muniz, coordenadora do Ambulatório de Obesidade da UNIFASE.


Os pacientes que fazem acompanhamento no Ambulatório de Obesidade são encaminhados para tratamento durante consultas realizadas no próprio Ambulatório Escola da UNIFASE/FMP ou através da Rede de Saúde do Município.


“A pessoa passa por uma avaliação criteriosa, onde são identificadas condições de saúde, educação e renda, assim como hábitos de vida, atividade física e de alimentação. É realizada avaliação antropométrica, de exames laboratoriais e a análise da composição corporal por bioimpedância. Após esta avaliação, partimos para o tratamento nutricional propriamente dito, onde definiremos as melhores estratégias para promover um emagrecimento saudável e sustentável. Monitoramos os hábitos alimentares através de registro alimentar, feito pelos próprios pacientes, e reavaliações periódicas”, destaca a nutricionista.


Com o acompanhamento do Ambulatório de Obesidade, aos poucos a alimentação saudável, a prática de exercícios e uma rotina de sono diferenciada começam a fazer parte da vida dos pacientes. Os resultados começam a aparecer e são devidamente celebrados.



“Quando cheguei no Ambulatório de Obesidade, estava me sentindo muito cansada, com falta de ar e dificuldade para andar. Não tinha disposição para nada. Estava pesando 135kg. Fui bem recebida pela Dra. Fernanda, que me acolheu e me propôs um plano alimentar. Nesses cinco meses, ela tem me auxiliado, ajusta o cardápio de acordo com o que eu gosto de comer e me aconselha para manter o hábito de uma alimentação mais saudável, além da necessidade de fazer caminhada e exercícios leves. Consegui eliminar 17kg até agora. Tenho certeza de que com todo esse apoio e incentivo chegarei ao meu objetivo”, declara a vendedora, Giane Sindorf.



Existem vários fatores envolvidos no desenvolvimento da obesidade, entre eles genéticos, ambientais e comportamentais, principalmente o consumo inadequado de alimentos e sedentarismo. Atualmente, a obesidade é considerada uma doença crônica, que se dá pelo balanço energético positivo, levando ao acúmulo de gordura com consequente aumento do peso corporal.



“Cheguei receosa e com muita vergonha, pois estava muito acima do peso. Já tinha feito vários tratamentos e sempre era tratada como uma pessoa que come demais. Durante a primeira consulta, foram muitas perguntas e aos poucos fui me sentindo bem, pois me senti acolhida, tive a certeza de que eles estavam ali para me ajudar, sem julgamentos! A nutricionista montou um cardápio junto comigo, respeitando os meus gostos e me deixando à vontade, pois busca alternativas para que eu consiga realizar com mais tranquilidade o tratamento, sem a angústia de ficar com fome. Hoje, me sinto mais confiante, já consigo fazer caminhadas. Com certeza continuarei meu acompanhamento no Ambulatório de Obesidade para que venham mais vitórias no meu tratamento”, conta a professora, Daniela Caetano.


A população deve estar atenta, pois a obesidade é um fator de risco para o desenvolvimento de outras doenças crônicas, como diabetes, hipertensão arterial, dislipidemias, doenças respiratórias, doenças osteoarticulares, entre outras. 


“Meu estudo no mestrado foi exatamente sobre isso. Identifiquei que quanto maior o peso, maior o número de doenças associadas. Os padrões de doenças mais comumente associados com o aumento do peso corporal foram os das doenças cardiometabólicas e osteoarticulares. Geralmente, os pacientes estão na faixa etária entre os 20 e os 59 anos. Uma das nossas metas no Ambulatório de Obesidade é estabelecer uma parceria com a psicologia, pois consideramos o acompanhamento psicológico muito importante para o sucesso do tratamento”, finaliza Fernanda Muniz, coordenadora do Ambulatório de Obesidade da UNIFASE.

 

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