PETRÓPOLIS. Assim como uma orquestra precisa ter todos os instrumentos acompanhando um mesmo ritmo, os órgãos do corpo humano também precisam trabalhar dentro de um mesmo compasso. No caso do coração, quando ele sai desse ritmo por um tempo prolongado pode ser sinal de uma arritmia cardíaca.
O médico cardiologista, Nélio Gomes, chefe da cardiologia do Hospital Santa Teresa, explica que as arritmias acontecem de duas formas: “Podem acontecer quando o coração bate mais acelerado do que o normal, que seria a taquicardia, ou de forma mais lenta, que chamamos de bradicardia”.
Entre as arritmias, a mais comum e a que tem chamado mais a atenção no mundo é a Fibrilação Atrial (FA). Caracterizada pelo descompasso dos batimentos cardíacos, as complicações da FA são a segunda causa de mortes no mundo. “A estimativa é de que 20% da população tenha a doença acima dos 60 anos. As mudanças no ritmo cardíaco tendem a acontecer com maior frequência em idades mais avançadas, por isso, há um aumento nos diagnósticos nesta etapa da vida”, alerta o cardiologista, explicando que a maior complicação deste tipo de arritmia é o AVC isquêmico. “A Fibrilação Atrial está entre as principais causas de formações de coágulos no interior do coração que podem migrar e prejudicar o fluxo sanguíneo cerebral, levando à isquemia”, explicou o médico.
Segundo ele, os diagnósticos de Fibrilação Atrial têm aumentado graças ao avanço da tecnologia: “Novos exames estão permitindo diagnosticar arritmias que antes eram de difícil diagnóstico, apesar de apresentarem sintomas. Com a identificação correta da arritmia, ficou muito mais fácil tratar a doença, que inclui a anticoagulação dos pacientes”, afirmou Gomes.
No Hospital Santa Teresa, os pacientes contam com uma estrutura completa de exames cardiológicos capazes de diagnosticar a Fibrilação Atrial e outros tipos de arritmias cardíacas. “Possuímos o que existe de mais moderno em exame diagnóstico”, acrescentou o cardiologista, enumerando os exames disponíveis: Holter, Looper, Tilt Teste e Monitor de Eventos. “Em alguns casos, em que o paciente tem muita queixa de palpitação e não é identificada nenhuma arritmia nos outros exames, ainda é possível fazer uma estimulação na sala de Hemodinâmica por meio do estudo eletrofisiológico”, pontuou.
O tratamento das arritmias inclui intervenções terapêuticas e procedimentos como a ablação ou implantes de marcapasso. “As formas de tratamento das arritmias evoluíram muito. O principal medicamento para combater as complicações da fibrilação atrial, por exemplo, é o anticoagulante. Em alguns casos, também pode ser indicada a ablação, por meio da qual são colocados cateteres sem a necessidade de abertura do tórax”, explicou Gomes.
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