Casa Stefan Zweig / Foto: Divulgação


Cineclube será às 15h


PETRÓPOLIS. A Casa Stefan Zweig exibe neste sábado, dia 13, às 15h, com entrada franca, mais um episódio da série “Canto dos Exilados” sobre os refugiados que vieram para o Brasil de 1933 a 1945 e suas contribuições para a ciência e as artes. O documentário sobre os fotógrafos terá debate via zoom com o autor e diretor da série, Leonardo Dourado, e Claudio Partes, da Sopef. O evento é uma homenagem ao jornalista Alberto Dines (1934-2018), fundador da CSZ e apresentador da série Canto dos Exilados.


O episódio deste sábado traz o perfil de Hans-Günther Flieg, que tinha 16 anos quando as perseguições antissemitas dos nazistas levaram sua família a migrar para São Paulo. Ele se tornou o fotógrafo da modernidade da metrópole, um “poeta do aço e do concreto”. Flieg nasceu em 1923. Veremos também a trajetória de Jean Manzon, francês que trabalhou em O Cruzeiro, produziu e dirigiu 900 filmes documentários, e o austríaco Kurt Klagsbrunn, que deixou um acervo de milhares de fotografias. Outros episódios da série ‘Cantos dos Exilados’ serão exibidos ao longo do ano no Cineclube CSZ.

 


Sobre a Série “Canto dos Exilados”

 

Em tempos de xenofobia crescente, quando imagens de refugiados na Europa tocam nossos corações, é hora de lembrar a onda de perseguidos do nazismo que, entre 1933 e 1945, encontraram uma nova pátria no Brasil e aqui deixaram seus traços em todos os campos do conhecimento, das artes, das ciências.

 

Um maestro judeu húngaro, Eugen Szenkar, arregimentou em poucas semanas uma centena de músicos e fundou em 1940 a Orquestra Sinfônica Brasileira. O advogado Herbert Caro, de Berlim, trouxe aos leitores brasileiros a obra de Thomas Mann. O romeno Emeric Marcier pintou na pequena capela de Mauá, periferia de São Paulo, a "Sistina brasileira". Ousado, o russo Oskar Ornstein trouxe ao Golden Room do CopacabanaPalace não apenas estrelas como Marlene Dietrich ou Nat King Cole: conseguiu a proeza de trazer Frank Sinatra para o Maracanã. Por ironia da História, vários judeus perseguidos viraram embaixadores da língua e da cultura alemãs nas livrarias que se tornaram pontos de encontro.

 

Há o caso do rapaz judeu alemão de 16 anos que se encantou com as pedras brasileiras, às quais ninguém dava muito valor. Mas Hans Stern, obcecado pela sua ideia, foi em frente e fundou a principal empresa de design de joias da América do Sul. Ou o violoncelista húngaro que, mal chegado ao Rio de Janeiro, descobriu uma lacuna no mercado: não havia uma única loja de partituras. A loja de Arany foi durante décadas um "point" dos músicos clássicos e da bossa nova. Temos a saga da alemã franzina que, decidida, reformou o Theatro São Pedro em Porto Alegre e dotou a capital gaúcha de uma agenda cultural própria. Dona Eva Sopher foi laureada aos 91 anos na Alemanha com o maior prêmio da área da Cultura pouco antes de morrer.

 

Além de Marcier, vários dos exilados no Brasil se destacaram nas artes plásticas, como Fayga Ostrower, Agi Strausz, o casal Vieira da Silva e Arpad Szenes. Assim como os fotógrafos Hans-Günther Flieg, Jean Manzon, estes artistas trouxeram um novo olhar e técnicas de vanguarda. Quase todos se tornaram cidadãos brasileiros. Seguem marcando muitas gerações com seus feitos. Para contar a história e guardar a memória de 30 destes refugiados, a Telenews, em coprodução com o canal Arte 1 e a RioFilme, gravou ao longo de 2015 quase uma centena de depoimentos, entre eles seis refugiados sobreviventes.

 

 

Serviço:

Cineclube CSZ – mostra “Canto dos Exilados” episódio ‘Fotógrafos’

com a presença de Leonardo Dourado

13/5/2023, sábado, 15h

Rua Gonçalves Dias, 34, Valparaiso (próximo às Duas Pontes)

Entrada Franca



 

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