Ar frio atua como irritante das vias aéreas, ocasionando mais sintomas alérgicos, como a falta de ar e a coriza / Foto: Freepik |
PETRÓPOLIS. O inverno começa
no próximo dia 21 de junho, mas as temperaturas baixas e o clima seco já
chegaram trazendo incômodos como tosses, espirros e coriza. Isso porque o frio
é o clima ideal para a disseminação dos vírus que afetam as vias respiratórias,
causando infecções como rinite, bronquite, asma, bronquiolite, sinusite,
pneumonia, otite, gripes e resfriados, merecendo maior atenção, principalmente
por pessoas alérgicas.
De acordo com a OMS
(Organização Mundial da Saúde), as alergias atingem 30% da população mundial e,
segundo especialistas, até o final do século, pelo menos metade dos brasileiros
irão sofrer de algum tipo de alergia. A fisioterapeuta Ana Fraga, especialista
em fisioterapia respiratória, explica que o tempo seco e a baixa umidade
relativa do ar são fatores que contribuem para o aumento das alergias
respiratórias devido à alta concentração de poluentes na atmosfera, reduzindo
os mecanismos de defesa do organismo, ocasionando o aparecimento de doenças
respiratórias.
A docente do curso de
Fisioterapia da Estácio, destaca que o ar frio também atua como irritante das
vias aéreas, o que acaba ocasionando mais sintomas alérgicos, como a falta de
ar e a coriza. Além disso, existe uma maior circulação de vírus como os da
gripe e do resfriado, que influenciam diretamente no aumento de doenças do
aparelho respiratório.
- Quando as vias respiratórias
são atingidas por um ar mais seco e frio há uma piora do sistema respiratório,
que reduz a produção de muco eliminado pelas glândulas das vias aéreas, na qual
existem enzimas e anticorpos protetores. O transporte do muco das vias aéreas
inferiores para as superiores fica comprometido devido ao frio e faz com que as
doenças respiratórias se proliferem com maior facilidade, analisa a
profissional.
Lavar as mãos com frequência pode ajudar na prevenção contra vírus e bactérias / Foto: Freepik |
Dicas simples para prevenção
Segundo a professora da
Estácio, o que favorece a disseminação dessas doenças é o comportamento que as
pessoas adotam no inverno, quando costumam ficar mais tempo em ambientes
fechados, com pouca ventilação. A fisioterapeuta observa que atitudes simples
podem fazer toda diferença para ajudar na prevenção contra vírus e bactérias
que afetam as vias respiratórias, como por exemplo:
- manter o ambiente arejado;
- lavar as mãos com
frequência;
- cobrir a face ao espirrar ou
tossir;
- beber bastante líquido;
- controlar a umidade relativa
do ar acima de 50%;
- fazer uso das vacinas
existentes como prevenção;
- evitar o fumo;
- evitar o contato com pessoas
gripadas e/ou resfriadas;
- evitar ambientes com muita
poeira e/ou fumaça;
- evitar a respiração pela
boca, pois o nariz necessita de fazer a função de filtrar e aquecer o ar – o
correto é respirar pelo nariz e soltar o ar pela boca;
- edredons, cobertores, lençóis
e afins devem ficar expostos ao sol sempre que possível;
- a alimentação deve ser a
mais balanceada possível, como sopas e caldos ricos em legumes e verduras,
lembrando sempre das frutas que devem possuir vitamina C;
- evitar ambientes com ar
condicionado;
- utilização de soro
fisiológico sempre que sentir as vias aéreas irritadas;
- prática de atividades
físicas na água como natação ou hidroginástica, que auxiliam no fortalecimento
do diafragma, aumentando a capacidade cardiorrespiratória;
- usar umidificador, caso
necessário;
- dormir bem;
- realizar exercícios
respiratórios.
- Vale ressaltar, que a
fisioterapia respiratória se faz necessária tanto na prevenção quanto na
reabilitação das patologias acima citadas, entre outras. No mundo atual temos a
ciência de que o cuidado antecipado (prevenção) com a saúde, evita uma série de
patologias e, dessa forma, evita também tratamentos sérios e prolongados. Fazer
fisioterapia ou atividade física diminui os riscos das patologias respiratórias
e auxilia na melhora da qualidade de vida, diz a fisioterapeuta.
A conscientização de que as doenças
crônicas precisam ser mais assistidas no inverno também se faz necessária,
segundo a professora da Estácio, até mesmo para que esses pacientes comecem o
controle antecipadamente e evitem passar por períodos de agudização da mesma.
- O uso de máscaras ainda
continua sendo de suma importância, principalmente em locais fechados ou com
pouca ventilação, o que acaba acarretando a disseminação das doenças. Que
saibamos não restringir as máscaras apenas para o COVID, que ainda está
presente entre nós, mas que possamos aproveitá-las para nosso bem-estar,
finaliza a especialista em fisioterapia respiratória.
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