"Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro" |
Abertura: 2 de agosto, em SP!
O Cipriano, de Petrópolis, Participa do Núcleo Baobá
PETRÓPOLIS. O estado do Rio
de Janeiro estará representado por 36 artistas na exposição Dos
Brasis – Arte e Pensamento Negro, a mais abrangente mostra dedicada
exclusivamente à produção de artistas negros já realizada no país. Com abertura
agendada para o dia 02 de agosto, no Sesc Belenzinho, em São
Paulo, a mostra parte da premissa de dar luz à centralidade do
pensamento negro no campo das artes visuais brasileiras, em diferentes tempos e
lugares.
Curadoria
Com curadoria assinada por
Igor Simões, em parceria com Lorraine Mendes e Marcelo Campos, Dos Brasis
– Arte e Pensamento Negro, apresentará ao público obras de cerca de 240
artistas negros – entre homens e mulheres cis e trans, de todos os
Estados do Brasil – em diversas linguagens como pintura, fotografia,
escultura, instalações e videoinstalações, produzidos entre o fim do
século XVIII até o século XXI.
“Como uma instituição que tem
na diversidade uma de suas principais marcas, o Sesc busca por meio de suas
ações dar voz aos mais diversos segmentos sociais, estimulando o debate e
ajudando a registrar a história e cultura de nosso povo em toda sua abrangência
e riqueza. Dentro dessas premissas, o projeto Dos Brasis lançou um olhar
aprofundado sobre a produção artística afro-brasileira e sua presença na
construção da história da arte no Brasil. Um trabalho que contou com nossos analistas
de cultura em todo o país, em um grande alinhamento nacional. A exposição Dos
Brasis – Arte e Pensamento Negro é a culminância desse processo e oferece ao
público não só a oportunidade de conhecer a obra de artistas e intelectuais
negros, com também de refletir sobre sua participação nos diversos contextos
sociais”, disse o Diretor-Geral do Departamento Nacional do Sesc, José Carlos
Cirilo.
Trajetória
A ideia nasceu em 2018, um projeto de pesquisa
fruto do desejo institucional do Sesc em conhecer, dar visibilidade e promover
a produção afro-brasileira. Para sua realização, foram convidados os
curadores Hélio Menezes e Igor Simões. Em 2022, o projeto
passa a ter a curadoria geral de Simões com os curadores adjuntos Marcelo
Campos e Lorraine Mendes. A partir de 2024 uma parte da mostra
circulará em espaços do Sesc por todo o Brasil pelos próximos 10 anos.
Para se chegar a esse
expressivo e representativo número de artistas negros, presentes em todo o
território nacional, foram abertas duas importantes frentes. Na primeira, foram
realizadas pesquisas in loco em todas as regiões do Brasil com a
participação do Sesc em cada estado, com o objetivo de trazer a público
vozes negras da arte brasileira. Essas ações desdobraram-se em atividades e
programas como palestras, leituras de portfólio, exposições, entre outros, com
foco local. Vale ressaltar que esse processo teve uma atenção especial para que
não se limitasse apenas às capitais do país, englobando também a produção
artística da população negra de diversas localidades, como cidades do interior
e comunidades quilombolas.
A equipe curatorial pesquisou
obras e documentos em ateliês, portfólios e coleções públicas e particulares,
para oferecer ao público a oportunidade de conhecer um recorte da história da
arte produzida pela população negra do Brasil e entender a centralidade do
pensamento negro na arte brasileira.
A segunda frente foi a
realização de um programa de residência artística online intitulado
“Pemba: Residência Preta”, que contou com mais de 450 inscrições e selecionou
150 residentes. De maio a agosto de 2022, os integrantes foram orientados por
Ariana Nuala (PE), Juliana dos Santos (SP), Rafael Bqueer (PA), Renata Sampaio
(RJ) e Yhuri Cruz (RJ). A residência, que reuniu artistas, educadores e
curadores/críticos, contou ainda com uma série de aulas públicas com a
participação de Denise Ferreira da Silva, Kleber Amâncio, Renata Bittencourt,
Renata Sampaio, Rosana Paulino e Rosane Borges, disponíveis no canal do Sesc Brasil
no YouTube.
Núcleos
A proposta curatorial rompe
com divisões como cronologia, estilo ou linguagem. Para esta exposição de
arte negra, não caberá a junção formal, estilística ou estética.
Dessa maneira, os espaços
expositivos do Sesc Belenzinho contarão com sete núcleos: Romper, Branco
Tema, Negro Vida, Amefricanas, Organização Já, Legítima Defesa e Baobá, que
têm como referência pensamentos de importantes intelectuais negros da história
do Brasil como Beatriz Nascimento, Emanoel Araújo, Guerreiro Ramos,
Lélia Gonzales e Luiz Gama.
Artista de Petrópolis
Cipriano - Petrópolis
(RJ), 1981
Núcleo Baobá
É pós-graduado em Metodologia
do Ensino de Artes pelo Centro Universitário Internacional e mestrando em
Educação pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A partir de sua
poética guiada pela intersecção entre arte afro-brasileira e pensamento ubuntu,
Cipriano utiliza elementos gramaticais e dos cultos afro-brasileiros, como
carvão e pemba, para nomear seus trabalhos artísticos. Busca referências em
símbolos da umbanda, filosofia africana, Rubem Valentim e Glenn Ligon.
Postar um comentário
Gostou da matéria? Deixe seu comentário ou sugestão.