PETRÓPOLIS. O Centro
Cultural Sesc Quitandinha, em Petrópolis, tem o prazer de convidar, no
dia 29 de julho de 2023, às 16h, para o seminário gratuito “Rebeldes
Diásporas”, com os historiadores João José Reis – o mais reconhecido
e premiado historiador acadêmico –, da Universidade Federal da Bahia, e Isadora
Mota, brilhante pesquisadora da nova geração, professora de História do Brasil
na Princeton University, nos Estados Unidos. A apresentação e mediação é do
historiador Flávio Gomes, curador da área de pensamento – linguagem
escrita, literária e oral – de “Um oceano para lavar as mãos”, a exposição
inaugural do Centro Cultural Sesc Quitandinha, em Petrópolis, que
ficará em cartaz até o dia 17 de setembro de 2023.
“Experiências complexas da (na) diáspora igualmente contemplaram propostas de subversão da ordem, entre protestos, revoltas e rebeliões. Múltiplas dimensões da resistência negra – e a arte não foi só isso, mas também pode ser lida nesta chave – podem ser consideradas, seguindo eventos, agentes, contextos e ideologias. Neste seminário vamos discutir as formas rebeldes negras durante a escravidão, conversando com João José Reis e Isadora Mota, acompanharemos eventos, identificaremos atores e suas escolhas, localizaremos narrativas e encontraremos práticas e projetos de rebeldias”, diz Flávio Gomes, coordenador do Laboratório de Estudos de História Atlântica das sociedades coloniais e pós-coloniais (LEHA), da UFRJ.
Autor de catorze livros, de 1986 a 2022, dos quais cinco traduzidos para outros
idiomas, João José Reis é historiador pela Universidade Católica do
Salvador (1974), mestre em História (1977), doutor em História (1982) pela
Universidade de Minnesota, EUA, e professor titular do Programa de
Pós-Graduação em História da UFBA. Entre seus livros, se destacam "Rebelião
escrava no Brasil: a história do levante dos malês em 1835" (Companhia
das Letras, 2017); "A morte é uma festa"(Companhia das Letras,
1991), vencedor do Prêmio Jabuti de Melhor Obra, categoria Ensaio, em 1992, e o
Prêmio Haring, da American Historical Association, em 1997, entre outros; "O
Alufá Rufino: tráfico, escravidão e liberdade no Atlântico negro", em
coautoria com Flávio Gomes e Marcus Carvalho (Companhia das
Letras, 2010), ganhou o Prêmio Casa de Las Américas (Cuba), categoria
Literatura Brasileira, em 2012, e foi traduzido para o espanhol e o inglês. Em
2017 recebeu o Prêmio Machado de Assis pelo Conjunto de Obras da Academia
Brasileira de Letras. Outros dois outros livros seus publicados em ingles
são: "Slave Rebellion in Brazil" (Johns Hopkins U. Press,
1993; "Death is a Festival" (University of North Carolina
Press, 2003); e "Divining Slavery and Freedom" (Cambridge
University Press, 2015). Em 2019 publicou “Ganhadores: a greve negra
de 1857 na Bahia” (Companhia das Letras, 2019).
João José Reis foi
professor visitante nas universidades de Michigan (Ann Arbor), Princeton,
Brandeis, Texas (Austin) e Harvard. Pesquisador visitante na Universidade de
Londres; Center for Advanced Studies in the Behavioral Sciences, em Stanford,
Califórnia; National Humanities Center (Research Triangle, na Carolina do
Norte, EUA); Harvard, entre outros. É professor titular do Programa de
Pós-Graduação em História da UFBA e pesquisador do CNPq.
Isadora Moura Mota é
professora de História do Brasil na Princeton University nos Estados Unidos, e
de 2017 a 2019 ensinou também na Universidade de Miami. Possui graduação em
História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003), mestrado em
História Social pela Unicamp (2005) e doutorado em História pela Brown
University (2017). Desenvolve pesquisas sobre a escravidão brasileira no século
XIX, abolicionismo transatlântico, revoltas escravas e quilombos, assim como
sobre o letramento negro no Brasil. Seu livro sobre o abolicionismo negro
no Brasil oitocentista será publicado em 2024 pela UPenn Press, da Universidade
da Pensilvânia. Suas pesquisas e principalmente seus projetos editorais
recentes apontam para abordagens originais sobre as políticas negras de
insurgências e cultura política dos escravizados em vários cenários do Brasil
Oitocentista. Localizando espaços, personagens, territórios e agentes, seus
estudos têm apontado para projetos da população negra em termo de emancipação,
autonomia e significados de escravidão, cidadania e liberdade. Seus artigos
recentes em periódicos internacionais receberam avaliações positivas, sendo
premiados com distinção.
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