PETRÓPOLIS. No dia 29 de agosto, celebra-se o Dia Nacional de Combate ao Fumo, a data visa conscientizar a população acerca dos danos sociais e físicos do tabagismo. Mesmo sabendo das consequências, pesquisas recentes estimam que 12% da população brasileira ainda fuma. Pensando em esclarecer dúvidas e alertar sobre o tema, o pneumologista do Hospital Santa Teresa, Dr. Mauro Zamboni, falou sobre os perigos do hábito.


Estima-se que mais de 50 doenças sejam causadas pela prática. Infarto e AVC, enfisema pulmonar e bronquite crônica, doenças reumáticas, câncer em diferentes partes do corpo, complicações na gravidez e impotência sexual são algumas das doenças mais comuns causadas pelo fumo. Isto porque o consumo de tabaco diminui as defesas do organismo e, com isso, o fumante tende a aumentar a incidência de adquirir doenças.



O pneumologista do HST alerta também para os primeiros sintomas de que a prática está trazendo danos à saúde do fumante. São eles: tosse, respiração ofegante, falta de ar e chiado no peito.


Um outro problema que surgiu recentemente são os dispositivos eletrônicos de fumar. Segundo levantamento recente do IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), cerca de 6 milhões de adultos fumantes afirmaram já ter experimentado cigarro eletrônico. O número mostra que, entre 2018 e 2022, o consumo deste produto no Brasil quadruplicou.


Os cigarros eletrônicos - Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF) - funcionam à base de uma bateria que aquece uma solução líquida, produzindo um aerossol que é inalado pelo usuário. Essa solução é composta principalmente por nicotina, propilenoglicol ou glicerol e aditivos de sabor. Estes produtos possuem também substâncias cancerígenas e com potencial explosivo e metais pesados. O cigarro tradicional possui um mecanismo diferente de funcionamento. Ele gera fumaça a partir da queima do tabaco. 


“O uso do tabaco queimado é extremamente perigoso para a saúde humana, uma vez que essa fumaça gerada tem propriedades cancerígenas e capazes de causar danos aos tecidos dos órgãos do corpo humano, além de possuir elementos inflamatórios. Nos dispositivos eletrônicos, não acontece a queima do tabaco e, portanto, não é produzida uma fumaça, mas sim um vapor ou aerossol, que também é danoso à saúde. A nicotina, princípio ativo do tabaco, e que está presente em grande parte das soluções utilizadas nos dispositivos eletrônicos de fumar, é caracterizada como uma droga psicoativa que pode causar dependência e apresentar danos pulmonares”, explica o médico.


Ele ressalta ainda que hoje já existe uma doença intimamente relacionada ao uso dos cigarros eletrônicos.  É uma doença respiratória aguda caracterizada por uma série de sinais e sintomas, denominada EVALI (do inglês E-cigarette or Vaping use-Associated Lung Injury).

 

“Já foram relatados casos com diferentes características, desde sintomas respiratórios leves até pneumotórax espontâneo, que seria uma presença de ar na membrana interna do tórax.  Quando isso acontece, o ar que deveria estar dentro do pulmão “escapa”. O pneumotórax espontâneo significa dizer que a condição não tem causa aparente, ou seja, acontece em pessoas sem doença pulmonar conhecida. Além disso, foram notificadas pneumonias, complicações inflamatórias graves com necessidade até mesmo de transplante e pneumonite de hipersensibilidade, uma síndrome que inclui tosse, falta de ar e fadiga (cansaço)”, explica o especialista.


O tratamento preconizado pelo Ministério da Saúde (MS) para tratar o tabagismo inclui avaliação clínica, abordagem mínima ou intensiva através de terapia cognitiva-comportamental, individual ou em grupo e, se necessário, terapia medicamentosa juntamente com a abordagem intensiva. O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Tabagismo (PCDT) é um documento oficial do MS que estabelece os critérios para o diagnóstico do tabagismo, o tratamento, o uso de medicamentos e outros insumos apropriados, o acompanhamento e trata dos resultados terapêuticos.

 

“Em 12 horas, o nível de monóxido de carbono no sangue volta ao normal. Entre 2 e 12 semanas, a circulação melhora e a função pulmonar aumenta. Entre 1-9 meses, a tosse e a falta de ar diminuem. Dentro de 5 a 15 anos, o risco de AVC é reduzido ao risco de um não fumante”, esclarece o médico sobre os benefícios de parar de fumar.


Contudo, os prejuízos do fumo não são vistos somente por aqueles que possuem o hábito. Os chamados fumantes passivos, que estão ao redor do fumante e inalam a fumaça do cigarro, também têm a sua saúde afetada podendo causar doenças graves e, até mesmo, a morte.



“Fumantes passivos também sofrem os efeitos imediatos, tais como, irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse, cefaleia, aumento de problemas alérgicos, principalmente das vias respiratórias, aumento do número de infecções respiratórias em crianças, e elevação da pressão arterial. Dependendo do grau de exposição, alguns chegam a desenvolver até câncer no pulmão.”, finaliza Dr. Mauro.

 

No dia 29 de agosto, celebra-se o Dia Nacional de Combate ao Fumo, a data visa conscientizar a população acerca dos danos sociais e físicos do tabagismo. Mesmo sabendo das consequências, pesquisas recentes estimam que 12% da população brasileira ainda fuma. Pensando em esclarecer dúvidas e alertar sobre o tema, o pneumologista do Hospital Santa Teresa, Dr. Mauro Zamboni, falou sobre os perigos do hábito.


Estima-se que mais de 50 doenças sejam causadas pela prática. Infarto e AVC, enfisema pulmonar e bronquite crônica, doenças reumáticas, câncer em diferentes partes do corpo, complicações na gravidez e impotência sexual são algumas das doenças mais comuns causadas pelo fumo. Isto porque o consumo de tabaco diminui as defesas do organismo e, com isso, o fumante tende a aumentar a incidência de adquirir doenças.



O pneumologista do HST alerta também para os primeiros sintomas de que a prática está trazendo danos à saúde do fumante. São eles: tosse, respiração ofegante, falta de ar e chiado no peito.


Um outro problema que surgiu recentemente são os dispositivos eletrônicos de fumar. Segundo levantamento recente do IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), cerca de 6 milhões de adultos fumantes afirmaram já ter experimentado cigarro eletrônico. O número mostra que, entre 2018 e 2022, o consumo deste produto no Brasil quadruplicou.

Os cigarros eletrônicos - Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF) - funcionam à base de uma bateria que aquece uma solução líquida, produzindo um aerossol que é inalado pelo usuário. Essa solução é composta principalmente por nicotina, propilenoglicol ou glicerol e aditivos de sabor. Estes produtos possuem também substâncias cancerígenas e com potencial explosivo e metais pesados. O cigarro tradicional possui um mecanismo diferente de funcionamento. Ele gera fumaça a partir da queima do tabaco. 


“O uso do tabaco queimado é extremamente perigoso para a saúde humana, uma vez que essa fumaça gerada tem propriedades cancerígenas e capazes de causar danos aos tecidos dos órgãos do corpo humano, além de possuir elementos inflamatórios. Nos dispositivos eletrônicos, não acontece a queima do tabaco e, portanto, não é produzida uma fumaça, mas sim um vapor ou aerossol, que também é danoso à saúde. A nicotina, princípio ativo do tabaco, e que está presente em grande parte das soluções utilizadas nos dispositivos eletrônicos de fumar, é caracterizada como uma droga psicoativa que pode causar dependência e apresentar danos pulmonares”, explica o médico.


Ele ressalta ainda que hoje já existe uma doença intimamente relacionada ao uso dos cigarros eletrônicos.  É uma doença respiratória aguda caracterizada por uma série de sinais e sintomas, denominada EVALI (do inglês E-cigarette or Vaping use-Associated Lung Injury).

 

“Já foram relatados casos com diferentes características, desde sintomas respiratórios leves até pneumotórax espontâneo, que seria uma presença de ar na membrana interna do tórax.  Quando isso acontece, o ar que deveria estar dentro do pulmão “escapa”. O pneumotórax espontâneo significa dizer que a condição não tem causa aparente, ou seja, acontece em pessoas sem doença pulmonar conhecida. Além disso, foram notificadas pneumonias, complicações inflamatórias graves com necessidade até mesmo de transplante e pneumonite de hipersensibilidade, uma síndrome que inclui tosse, falta de ar e fadiga (cansaço)”, explica o especialista.


O tratamento preconizado pelo Ministério da Saúde (MS) para tratar o tabagismo inclui avaliação clínica, abordagem mínima ou intensiva através de terapia cognitiva-comportamental, individual ou em grupo e, se necessário, terapia medicamentosa juntamente com a abordagem intensiva. O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Tabagismo (PCDT) é um documento oficial do MS que estabelece os critérios para o diagnóstico do tabagismo, o tratamento, o uso de medicamentos e outros insumos apropriados, o acompanhamento e trata dos resultados terapêuticos. 


“Em 12 horas, o nível de monóxido de carbono no sangue volta ao normal. Entre 2 e 12 semanas, a circulação melhora e a função pulmonar aumenta. Entre 1-9 meses, a tosse e a falta de ar diminuem. Dentro de 5 a 15 anos, o risco de AVC é reduzido ao risco de um não fumante”, esclarece o médico sobre os benefícios de parar de fumar.


Contudo, os prejuízos do fumo não são vistos somente por aqueles que possuem o hábito. Os chamados fumantes passivos, que estão ao redor do fumante e inalam a fumaça do cigarro, também têm a sua saúde afetada podendo causar doenças graves e, até mesmo, a morte.



“Fumantes passivos também sofrem os efeitos imediatos, tais como, irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse, cefaleia, aumento de problemas alérgicos, principalmente das vias respiratórias, aumento do número de infecções respiratórias em crianças, e elevação da pressão arterial. Dependendo do grau de exposição, alguns chegam a desenvolver até câncer no pulmão.”, finaliza Dr. Mauro.

 

 

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