Dra. Cristina Fraga

 

PETRÓPOLIS. O Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas é lembrado nesta sexta-feira, 15 de setembro. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é de que 12 mil novos casos de linfoma não-hodgkin e 3.500 de linfoma de hodgkin sejam diagnosticados em 2023 no país, onde a doença é responsável por 4 mil mortes por ano.

 

Hematologista do Centro de Terapia Oncológica (CTO) de Petrópolis, Cristina Fraga explica que este é o câncer hematológico mais comum. Ele envolve o tecido linfático composto de gânglios, fígado, baço e medula óssea, interferindo com o sistema imunológico.

 

De acordo com ela, mais de 70% dos pacientes diagnosticados nunca tinham ouvido falar sobre a doença e demoraram a ter o diagnóstico. “A data de hoje é importante porque tem como objetivo alertar a população geral sobre os sintomas e encurtar a jornada do paciente até o correto diagnóstico e tratamento”, diz.

 

Jamile Freitas tem 41 anos e descobriu que tinha linfoma não-hodgkin em outubro do ano passado. Os sintomas, segundo ela, foram emagrecimento, coceira no corpo, suor e febre. Porém, só teve o diagnóstico de linfoma depois de passar por uma internação repentina por uma falsa pneumonia. “Eu estava em estado grave porque o tumor estava tomando meus brônquios, o meu pulmão esquerdo, traqueia, esôfago, deslocou minha veia aorta e formou um trombo”, conta.

 

Depois de receber o diagnóstico do linfoma, Jamile passou por sessões de quimioterapia, radioterapia e imunoterapia. “O meu tratamento durou cinco meses, que foram muito difíceis. E hoje a mensagem que deixo é que o nosso corpo dá sinais. E a gente não tem que ter medo de uma doença, mas sim de negligenciar o que o nosso corpo está falando. O que aprendi nesse processo é que o câncer não está atrelado à morte, ele está atrelado à vida porque é possível passar por ele e vencer”, destaca Jamile, que terminou o tratamento há seis meses.

 

 

Sintomas

Cristina Fraga destaca que o sinal de alerta mais comum da doença é o gânglio, uma “íngua”, que cresce de modo silencioso e indolor. Além disso, ela pontua também o emagrecimento sem causa aparente, suor e coceira pelo corpo. “Esses sintomas se confundem com os de uma infecção, são parecidos com os da tuberculose e, por isso, temos que ficar alertas”, comenta.

O diagnóstico é feito através de uma biópsia do gânglio ou do tecido acometido e a análise do material feita por um patologista. Com relação ao tratamento, a médica do CTO diz que depende dos diversos subtipos de linfomas, e pode envolver quimioterapia, imunoterapia, podendo haver necessidade de radioterapia e até de um transplante de medula óssea. “A doença tem elevados índices de cura e para combatê-la temos que conhecê-la”, conclui a especialista.

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