PETRÓPOLIS - No mês do Setembro Amarelo, em que se amplia a discussão sobre a prevenção ao suicídio e a importância de ações que favoreçam a preservação da saúde mental, é de grande relevância ressaltar sobre os últimos estudos que apontam que a convivência entre homens e animais de estimação pode trazer melhoras na saúde física e psíquica do indivíduo, sendo que fazer carinho nos pelinhos do animal e a vibração produzida pelo ronronar dos gatos são atividades relaxantes. “É uma relação que realmente produz mudanças positivas na rotina, ao estimular a fazer exercícios físicos, no caso de cães, obrigando, muitas vezes, o tutor a assumir responsabilidades por outro ser vivo, adquirindo e exercitando empatia e respeito”, garante a médica veterinária Priscila Mesiano, da Clínica Veterinária Amigo Bicho.          

 

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, dos EUA, os benefícios de se ter um animal de estimação são muitos, como continua a explicar Priscila. “Na presença de animais, liberamos ocitocina (hormônio relacionado ao prazer), além de endorfinas, reduzindo a liberação de cortisol e consequentemente o estresse, melhorando depressão e ansiedade. Animais podem produzir impacto na promoção da saúde mental, pois são catalisadores sociais, ajudam a iniciar conversas mesmo com quem não conhecemos. Esses fatos são visíveis em salas de espera de clínicas veterinárias e pet shops.  Diminuem a solidão, ao estimular contato físico e comunicação”, detalha.

 

Alguns conceitos vêm sendo bem observados, como a terapia assistida por animais, que surgiu em 1792, na Inglaterra, quando William Tuke propôs o uso de animais domésticos no tratamento de doentes mentais de um asilo psiquiátrico em Londres. Essa terapia foi criada após a morte de uma paciente deste asilo, quando o tratamento anterior foi questionado. Desde então, permanece em uso por todo o mundo trazendo benefícios como parte do tratamento, melhorando funções sociais, cognitivas, físicas e emocionais dos pacientes e equipe. Hoje também utilizada para crianças, pessoas idosas ou em casas de repouso como recurso de finalidade terapêutica, permitindo estabelecer contatos positivos entre pacientes, familiares e profissionais de saúde.

 

Um outro conceito mais recente é o de animais de apoio emocional, auxiliando pessoas que sofrem com transtornos psiquiátricos como ansiedade, crises de pânico ou algum tipo de deficiência. Os animais de apoio emocional são cães e gatos treinados especificamente para isso por uma equipe especializada. Geralmente, são animais de temperamento equilibrado, dócil, carinhoso e previsível que acompanham os tutores em locais pet friendly. No caso de transportes públicos e viagens de avião, muitas vezes, é necessário verificar a regra da empresa. Em outros casos, a conquista só é reconhecida por meio de liminar judicial. “Esses animais fazem com que a pessoa enfrente adversidades com mais coragem e equilíbrio, devido ao amor e confiança que eles nos transmitem. Para cadastrar um animal como de apoio é necessário um laudo atestando o transtorno psiquiátrico e a indicação veterinária de um animal para apoio. O animal deverá sempre estar identificado, sendo que o tutor deve carregar consigo documentos e carteira de vacinação do animal”, finaliza a veterinária.

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