PETRÓPOLIS - O Instituto Todos Juntos Ninguém Sozinho, trabalho idealizado no auge da pandemia em 2020 e que discute questões relacionadas ao racismo ambiental, justiça climática e o empoderamento/ampliação de oportunidades para mulheres pretas, está com tudo pronto para participar de mais uma edição do Rock The Mountain. O evento, que será realizado durante os dois primeiros finais de semana de novembro, vai contar com um trabalho de educação climática, conscientizando sobre a realidade das famílias periféricas, o preconceito com quem vive em áreas de risco, além da necessidade de medidas urgentes em relação ao tema, que deve ser uma constante em uma região onde as chuvas acometem a população todos os anos.

 

“O Plano de Contingência elaborado pela Defesa Civil de Petrópolis em 2022, revelou que cerca de 100 mil pessoas vivem em locais de risco na cidade. Para um município que tem pouco mais de 300 mil habitantes, isso representa muito, alcançando mais de 30% da população local, que sofre anualmente com as chuvas. Apesar de serem necessárias medidas por parte das esferas públicas envolvidas nesta temática, muitas das vezes, as próprias famílias são alvo do preconceito e do racismo, por viverem nas áreas onde têm suas moradias. Precisamos falar sobre o acesso à habitação, sobre políticas que possam acolher essas pessoas e dar maior dignidade, não culpabilizar ainda mais quem já sofre quando os temporais atingem a cidade”, explica a presidente do Instituto, Pamela Mércia.

 

O evento que será realizado no Parque Municipal, em Itaipava, distrito de Petrópolis, na Região Serrana, vai contar com uma ação de plantio de espécies nativas da Mata Atlântica, além da distribuição de sementes para que o movimento de sustentabilidade possa ecoar em diferentes regiões, contemplando um público diverso e amplo, como é a proposta do festival. Seguindo os moldes da iniciativa promovida em 2022, com a participação de mais de 80 mil pessoas, a campanha é considerada pioneira no combate ao racismo ambiental.

 

“Esse ano nosso foco é trabalhar a educação climática com letramento racial, abordado racismo ambiental na população vulnerabilizada da cidade. Para isso teremos voluntários espalhados pelo nosso HUB, trazendo orientação e falando sobre emergência climática, gênero, raça e classe social para explicar o racismo ambiental na cidade. Só assim somos capazes de mudar o mundo e trazer informação para transformar realidades e promover o reconhecimento de classes”, pontua Pamela.

 

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