PETRÓPOLIS - Durante três dias, o Feirão
Limpa Nome atendeu a quase 1,4 mil pessoas que negociaram um montante de R$ 2,2
milhões em dívidas que tiveram redução média de 62% resultando no
compromisso de quitação de R$ 868 mil que foram renegociados. Com estrutura no
Clube Petropolitano, o Feirão alcançou o objetivo imediato de possibilitar a
recuperação do crédito para os consumidores inadimplentes. A feira seguirá de
forma itinerante por outras cidades fluminenses possibilitando o atendimento
presencial e negociação de débitos.
O evento, promovido pelo
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) e com o apoio da Câmara
de Dirigentes Lojistas de Petrópolis (CDL), permitiu que os consumidores
negociassem suas dívidas com instituições financeiras, concessionárias de
serviços públicos, como energia, água e telefonia e comércio. Com apoio da
Universidade Católica de Petrópolis, Estácio de Sá e OAB, os consumidores foram
atendidos por equipe de 158 pessoas e negociaram valores e prazos garantindo um
termo de execução extra judicial assinado e um novo prazo de pagamento de suas
dívidas.
O Feirão Limpa Nome teve casos
como um consumidor que pagou R$ 160 quitando duas dívidas com bancos que somam
R$ 22 mil. Outro caso que chamou a atenção foi de um consumidor que acumulou
uma pendência de R$121.210,34 com o Banco Itaú e obteve uma redução para
R$7.047,00. Em um outro caso, um cliente do Bradesco quitou com R$ 100 uma
dívida de R$ 6.507,08.
Na diversidade das pendências,
pessoas recuperaram prestações que haviam atrasado apenas algumas parcelas de
compras de valores pequenos, de R$ 2 a R$ 3 mil e outros
consumidores quitaram dívidas também consideradas menores, de R$ 500
a R$ 1 mil, mas que pensaram no orçamento familiar por algum motivo e que
haviam sido preteridas. Outro ponto positivo foi conseguir quitar a
dívida usando o abono de Natal ainda a receber. Foram fechados acordos de
pagamento com vencimento após o dia 20 de dezembro quando o trabalhador recebe
a última parcela do 13° salário.
“O importante é deixar de ter
no nome negativado, recuperando não apenas o crédito, mas a cidadania, que é o
objetivo do evento”, classifica o juiz Carlos André Spielmann, que dirigiu o
Feirão Limpa Nome em Petrópolis. “É um projeto envolvendo o Núcleo Permanente
de Mediação e Conciliação e o Centro Judiciário de Solução de
Conflitos e Cidadania, ambos do Tribunal de Justiça do Estado do Rio,
que se almeja que seja itinerante e permanente”, completa o juiz
Carlos André Spielmann, titular da 3ª Vara Cível e coordenador do Cejusc
de Petrópolis. O Feirão foi iniciado pelo Cejusc da Comarca de Três Rio onde já
foram realizadas três edições.
Cláudio Mohammad, presidente
da CDL Petrópolis, que foi parceria na organização do evento, destacou a
importância do Feirão para o comércio local, pois o retorno desses clientes ao
mercado com crédito recuperado é fundamental para o crescimento da economia da
região. “Para muitos, o Feirão Limpa Nome foi mais do que uma oportunidade de
quitar dívidas: foi um alívio financeiro e uma chance de começar de novo. A
iniciativa bem-sucedida em Petrópolis mostra como a colaboração entre
instituições públicas e privadas pode beneficiar a comunidade”, afirma.
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