Tuca Duarte, idealizadora do Potência Feminina de Paraisópolis (São Paulo) |
Ação vai até o dia 30 deste mês!
PETRÓPOLIS - O Instituto Yduqs
promove um trote solidário em apoio à Campanha Adote um Ciclo do
Instituto Ela – Instituto Educadoras do Brasil, até o dia 30 de outubro de
2023. A iniciativa busca proporcionar dignidade ao minimizar a pobreza
menstrual, que se manifesta pela impossibilidade financeira de adquirir itens
essenciais de higiene, situação que afeta mulheres no Brasil e no mundo
inteiro.
O Trote Solidário do Instituto
Yduqs propõe uma ação de integração entre veteranos e calouros nas instituições
de ensino superior parceiras. Por meio desta iniciativa, estudantes
universitários da Estácio arrecadarão absorventes e coletores menstruais, que
serão encaminhados para instituições que oferecem apoio às mulheres que
enfrentam a pobreza menstrual.
Cláudia Romano, presidente do
Instituto Yduqs, enfatiza a importância de abordar a pobreza menstrual com
seriedade. Para a executiva, a educação atua como ferramenta transformadora
tanto para indivíduos quanto para a sociedade como um todo. “Em um país como o
nosso, sabemos que as oportunidades não são igualmente distribuídas,
especialmente para mulheres. Infelizmente, é comum, por exemplo, ver mulheres
faltando as aulas ou ao trabalho por não terem acesso a absorventes. Precisamos
tirar da invisibilidade questões que permeiam as mulheres na sociedade, como a
pobreza menstrual”, ressalta.
A ação engloba três dos 17
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODs) da ONU, que constituem um
esforço conjunto, de países, empresas, instituições e sociedade civil, que
buscam assegurar os direitos humanos, erradicar a pobreza, combater a
desigualdade e a injustiça, bem como promover a igualdade de gênero e o
empoderamento de mulheres e meninas.
Barreiras e desigualdades
No Brasil, o termo menstruação ainda
está envolto em diversos tabus, cercado por preconceitos que permeiam a
sexualidade e a higiene das pessoas que menstruam. Já o termo ‘pobreza ou
precariedade menstrual’, surgiu na França, a partir de um estudo sobre
os efeitos da falta de itens de higiene básica durante o ciclo
menstrual. Tuca Duarte, idealizadora do Potência Feminina de Paraisópolis
(São Paulo), uma das organizações apoiadas pela campanha Adote um Ciclo,
reforça a importância da ação.
“Muitas vezes as mulheres não
têm absorvente e me ligam. Quem puder contribuir e colaborar com este projeto,
que é muito favorável para todas as mulheres periféricas, mães solo, que têm
que optar entre comprar um absorvente ou um litro de leite, está aqui o meu
pedido. Agradeço em nome das mulheres que têm seu absorvente garantido todos os
meses e as pessoas que abraçam a causa ajudando a campanha adote um ciclo”, pontua.
Segundo dados da pesquisa
“Pobreza Menstrual no Brasil: Desigualdade e Violações de Direitos”, divulgada
em 2021 pela UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e UNFPA (Fundo de
População das Nações Unidas), mais de 713 mil meninas no Brasil vivem sem
acesso a banheiro ou chuveiro, e mais de 4 milhões não têm acesso a itens
básicos de higiene menstrual em suas escolas.
Avanços no Congresso
A discussão sobre a pobreza
menstrual chegou ao Congresso por meio de uma iniciativa popular que coletou 20
mil assinaturas, número necessário para que a Comissão de Direitos Humanos e
Participação Legislativa (CDH) analisasse a questão que foi provada por
unanimidade. O pleito, transformado na Lei Ordinária 14214/2021 em outubro de
2021, instituiu o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, além de
determinar que as cestas básicas entregues no âmbito do Sistema Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) contenham, como item essencial, o
absorvente higiênico feminino. Este programa, regulamentado por meio de Decreto
em 08 de março de 2023, visa assegurar a oferta de absorventes e outros
cuidados básicos de saúde menstrual, com o objetivo de promover a
dignidade menstrual.
Douglas Galiazzo, professor de
Direitos Humanos da Estácio reforça que a questão é ampla e envolve, além das
necessidades da vida privada, o desenvolvimento social, a educação e a
participação das mulheres no mercado de trabalho.
"Diante de tantas
violações que as mulheres continuam sofrendo em um mundo machista, atividades
como esta, desenvolvidas pelo Instituto Yduqs, elevam a responsabilidade e o
compromisso da organização que acredita na formação humanizada dos futuros
profissionais, independentemente da área em que estejam se preparando.
Assegurar a dignidade das mulheres é o compromisso importante para a promoção
dos direitos humanos", diz o professor.
Como contribuir para a campanha
O Instituto Yduqs convida
estudantes e professores da Estácio e toda a comunidade da Região Serrana a
fazer doações que poderão ser entregues em um dos campi de segunda a sexta, das
8h às 19h. Em Petrópolis a Estácio está localizada na Rua Bingen, nº. 50, no
Bingen; em Teresópolis na Rua Nilza Chiapeta Fadigas, nº 488, Várzea; e em Nova
Friburgo, na Rua José Acurcio Benigno, nº 116, no bairro Braunes.
“Sabemos que ainda há muito a
ser feito, continuaremos trabalhando para que cada vez mais mulheres se
destaquem tanto em nossos ambientes acadêmicos quanto nas comunidades
impactadas pelas iniciativas sociais das nossas instituições de ensino”,
reforça Sabrina Petrola, gerente nacional de Ensino da Estácio.
Com a iniciativa do Instituto
Yduqs, estudantes das instituições de ensino Ibmec, Wyden e Estácio, bem como
as unidades que compõem o IDOMED, têm a oportunidade de contribuir para a
campanha Adote um Ciclo. Além dos universitários, toda a sociedade está
convidada a apoiar a ação, seja doando absorventes ou recursos financeiros
por meio do link Ajudei.org, para que o INSTITUTO ELA possa adquirir os itens necessários.
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