Tumores de mama são as principais neoplasias que afetam cadelas e gatas

 

Veterinária Priscila Mesiano

PETRÓPOLIS - O Outubro Rosa é conhecido pela conscientização e combate dos tumores mamários nas mulheres. Entretanto, assim como outras doenças humanas, este é um problema que também acomete animais de estimação, como gatas e cadelas não castradas, pois as causas são especialmente hormonais. Em cadelas, a probabilidade da ocorrência do câncer de mama fica entre 45% e 50%. Já em gatas, este índice gira em torno de 20% a 30%, e a estimativa é que 80% das neoplasias mamárias nas felinas sejam malignas, aponta o Conselho Federal de Medicina Veterinária.

 

De acordo com a médica veterinária Priscila Mesiano, da Clínica Amigo Bicho, em Petrópolis, as cadelas e gatinhas que não são castradas e, principalmente, as que têm gravidez psicológica são as que apresentam maior número de tumores de mama ao longo da vida. “A forma da gente evitar os tumores de mama é castrando gatas e cadelas cedo, entre o primeiro e o segundo cio ou a qualquer momento da vida, mas quanto antes melhor. Assim, a gente evita, em maior número, as chances desses tumores”, explica.

 

Para a veterinária é importante, assim como as mulheres fazem um autoexame de mamas, que os tutores estejam em alerta no momento de fazer carinho nas suas cadelas e gatas ou quando forem dar banho nos seus animais realizarem uma palpação. “Os responsáveis devem passar a mão em toda rede mamária. Lembrando que nas cadelas e nas gatas as redes mamárias vão da axila até a virilha. Então, percorrer com a mão todo a rede mamária em busca de qualquer alteração que pode ser de coloração ou nodulação, mesmo que seja uma nodulação pequena como um grãozinho de arroz até algo maior. Alteração de secreção, que venha das tetas: De leite, escura, sanguinolenta, ulcerações, feridas ou se essa cadela ou gatinha estiver lambendo a região com muita frequência também podem ser sinal de alterações na rede mamária”, orienta Priscila.

 

Qualquer fator diferente é motivo para levar seu animal ao médico veterinário para que se faça a investigação a fim de fechar um diagnóstico de que se é mesmo um tumor de mama ou outra patologia relacionada a rede mamária. As orientações de tratamento do tumor de mama são cirurgia e quimioterapia, dependendo do grau, estágio e forma de tumor. “Tudo depende do estadiamento dessa doença. Quanto antes diagnosticado, melhor o tratamento, podendo se alcançar a cura. Se for diagnosticado muito tardiamente, se a pessoa não notar que seu animal está com tumor de mama e esse tumor ficar muito grande ou ulcerar porque tem tumores que, às vezes, chegam até nós já bem grandes, com bicheira, em estágio muito avançado, o animal pode já fazer metástase em outros órgãos, metástases pulmonares, metástase em fígado, metástases cerebrais e esse animal pode vir a óbito em decorrência do tumor de mama. Então, é um problema que pode ser evitado desde que seja diagnosticado precocemente”, acrescenta a veterinária.