PETRÓPOLIS - Usada erradamente
como fonte da juventude e vitalidade por muitos homens, a reposição de
Testosterona chamou a atenção do Conselho Federal de Medicina (CFM), que
publicou uma portaria proibindo o uso do hormônio com fins estéticos ou para
melhorar o desempenho esportivo. De olho nos benefícios do tratamento, o
público masculino desconhece os riscos atrelados ao uso indiscriminado da
Testosterona, que pode acelerar a manifestação do câncer de próstata, segunda
doença oncológica que mais atinge os homens, atrás apenas do câncer de pele,
segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
“A Terapia de Reposição Hormonal
pode e deve ser indicada, mas com muito critério, pois o uso da Testosterona
pode trazer efeitos colaterais ou prejudiciais para a saúde”, afirma o chefe da
Urologia do Hospital Santa Teresa, Dr. André Sá Earp, explicando que é comum
com o passar da idade que a produção do hormônio diminua e, inclusive, alguns
homens podem sofrer do Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino
(DAEM). Condição em que há uma diminuição da produção do hormônio com sintomas
como a diminuição da libido, irritabilidade, desânimo, diminuição da força,
massa muscular e no volume do esperma. Nesses casos, o médico pode indicar o
tratamento de reposição hormonal, mas sempre tendo em vista os riscos e
vantagens para o paciente.
“É necessário que seja realizada
uma avaliação da próstata, pois o uso da Testosterona pode fazer com que o
órgão cresça e pode acelerar a manifestação do câncer. Importante ressaltar que
o uso da Testosterona não faz com que apareça o câncer na próstata, mas caso
ele esteja presente e sem se manifestar, o hormônio pode fazer com que ele
cresça e se manifeste”, explica o Urologista do Hospital Santa Teresa.
Inclusive, em alguns casos uma das formas de tratamento do câncer de próstata é
o bloqueio hormonal, realizado para diminuir e retardar a evolução da doença.
Além desta questão do câncer de
próstata, o uso da Testosterona pode provocar efeitos colaterais como doenças
cardiológicas, aumento da possibilidade de trombose, sobrecarga do fígado e
aumento das mamas. Portanto, a reposição hormonal deve sempre ser realizada com
acompanhamento médico. “A reposição de hormônio está autorizada para ser utilizada
em homens que apresentem sintomas relacionados à queda da testosterona e
comprovação laboratorial de baixos níveis hormonais no sangue. Como o
tratamento pode trazer efeitos colaterais, o acompanhamento médico deve ser
realizado com toda a atenção”, conclui o Dr. André Sá Earp.
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