PETRÓPOLIS - O Selo Escola Antirracista foi apresentado nesta quinta-feira (23), durante a segunda edição do Seminário África em Nós, promovido pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Educação. O evento aconteceu no Instituto Teológico Franciscano (ITF) e reuniu mais de 200 profissionais da Educação.

 

“Eventos como esse nos fazem promover uma visão crítica e assim melhorar como sociedade. É na base que temos que fazer essa construção para chegarmos ao nosso objetivo que é cuidar das nossas crianças e adolescentes. Essa discussão acontecendo dentro das nossas escolas vai permitir que nossas crianças levem isso para dentro das suas casas, para suas famílias”, comentou o prefeito Rubens Bomtempo.

 

O Selo Escola Antirracista tem como um dos objetivos coibir a perpetuação do racismo no ambiente escolar, sendo um programa de reconhecimento, valorização e disseminação do ensino da cultura afro-indígena na rede municipal de ensino de Petrópolis. “A criação desse selo é um passo importante na construção de uma Educação Antirracista na nossa cidade. Temos muito o que avançar nessa questão, mas também temos conquistas que devem ser festejadas”, disse a secretária de Educação, Adriana de Paula.

 

A logo do Selo será feita pelos alunos e alunas da rede municipal, por meio de um concurso que será lançado em breve. “Essa ideia tem que vir das nossas crianças e adolescentes, para que eles possam se apropriar desse programa e se sentir pertencentes”, disse a secretária Chefe de Gabinete e presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Luciane Bomtempo.

 

A assessora especial de gabinete Karol Cerqueira lembrou que ações como essa fazem a diferença na vida das crianças pretas da nossa cidade. “A educação inova e faz com que se sinta não só representado, mas também com sensibilidade e uma força de que queremos ter todos os dias na escola da nossa cidade. Vejo funcionários, professores e professoras que fazem a diferença e levam essa educação a sério e respeitam a cultura brasileira”, disse.

 

“Eu não tive na escola e nem na minha família a valorizar a minha ancestralidade e a minha história, e agora estamos tendo essa oportunidade de estar levando isso para as salas de aula com várias ações que não se fazem sozinhas”, disse a coordenadoras de projetos da Secretaria de Educação, Andresa Brito.

 

O coordenador de Promoção da Igualdade Racial, Filipe Graciano explicou às diretoras e diretores das unidades escolares da rede municipal como vai funcionar o Selo e quais são os critérios para obtenção da certificação. “O edital com todas as regras e quais ações as escolas devem desenvolver será publicado em breve no Diário Oficial e a previsão é estarmos entregando o selo em maio de 2024, com destaque para o Prêmio Sebastiana Silva, em homenagem ao Quilombo da Tapera”, disse Filipe Graciano.

 

A segunda edição do Seminário África em Nós também contou com a participação do projeto de capoeira com os alunos do Ciep Municipalizado Maestro Guerra-Peixe e a palestra de Silvia Panazzo, autora do livro “Racista, eu? Afrobrasilidades e a luta antirracista”, que foi distribuído para as escolas que contam com os anos finais do Ensino Fundamental. “A ideia do livro é provocar uma reflexão crítica, uma ferramenta de visão crítica e também de letramento racial”, disse a autora. O livro também é de autoria de Cristina Astolfi, Flavia Natércia.

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