PETRÓPOLIS - Num cenário em
que os golpes financeiros se sofisticam, demandando maior vigilância dos
consumidores, pesquisa realizada pela Confederação Nacional de
Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil),
em parceria com a Offerwise Pesquisas, revela que 20% dos entrevistados foram
vítimas de fraudes financeiras nos últimos 12 meses, totalizando cerca de 7,2
milhões de consumidores. Em Petrópolis, os casos de cibercrimes, como clonagens
de cartão de crédito, roubo e invasão de redes sociais e WhatsApp e falsos
conhecidos pedindo dinheiro integram a lista de estelionatos e estão em queda.
Mesmo assim, a recomendação da Câmara de Dirigentes Lojistas de Petrópolis é
atenção do consumidor nas compras de final de ano.
Petrópolis, até outubro,
registrou 1.801 casos de estelionatos uma queda de 8,1% em relação a 2022
considerando o mesmo período. Porém, o mês de outubro deste ano, com 226 casos,
já supera o mesmo mês de 2022 quando foram registrados 177 casos, uma alta de
27,7%, de acordo com os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP).
Esses números vão ao encontro
da preferência do consumidor que, segundo pesquisa da CNDL, vão optar, em
maioria, pelas compras de Natal em lojas físicas. “São 78% dos entrevistados
preferindo a aquisição de produtos de forma presencial, por poder
ter nas mãos o produto e avaliar qualidade e opções, por exemplo. Mas, 50% das
pessoas – incluindo as que também farão compras presenciais – também irão
adquirir itens pela internet. A recomendação é que o consumidor escolha lojas
virtuais conhecidas, consolidadas e que tenham cuidado ao expor seus dados”,
afirma o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Petrópolis, Cláudio
Mohammad.
A clonagem de cartões de
crédito e/ou débito (6%) desponta como o golpe mais recorrente, seguido pela
aquisição de produtos em anúncios falsos nas redes sociais, oriundos de perfis
clonados de amigos e/ou conhecidos (4%). Outras práticas fraudulentas incluem
transações não autorizadas na conta bancária (3%), emissão não autorizada de
cartões de crédito com o uso de documentos falsos, perdidos ou roubados (3%), e
o empréstimo não autorizado do nome, também utilizando documentos indevidos
(3%).
"A tecnologia deve ser
uma aliada do lojista e do consumidor, uma facilitadora nas transações como é o
Pix, que facilita a transferência de valores. Mas, antes de tudo, a relação
entre consumidor e estabelecimento tem de ser de confiança, de segurança. O
cliente deve priorizar comprar de fontes que já conhece, que já se relaciona,
garantindo qualidade, preço e a segurança no pagamento”, indica Cláudio
Mohammad.
61% conseguiram reaver as perdas
Após sofrerem as fraudes, as
principais medidas adotadas pelos consumidores foram o contato com a administradora
do cartão (29%), registro de boletim de ocorrência (26%), e negociação com a
empresa, instituição financeira ou pessoa responsável pela fraude para
recuperar valores ou reparar danos (24%).
Apesar dos esforços, 34% dos
afetados afirmam não ter conseguido recuperar o dinheiro perdido. Do total, 61%
conseguiram reaver o montante, com 34% recuperando integralmente e 18% obtendo
um valor adicional por dano moral. Paralelamente, 25% dos prejudicados tiveram
seus nomes negativados e 30% recorreram à Justiça para solucionar os problemas.
Diante desse cenário, 55% dos
entrevistados acreditam que instituições financeiras, como bancos,
administradoras de cartões e financeiras, deveriam implementar ações para
coibir fraudes. Além disso, 31% defendem uma atuação mais intensa do Banco
Central, enquanto o governo (31%) e os próprios consumidores (27%) também foram
citados como agentes potenciais na mitigação desse problema.
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